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5. Diretrizes para o trecho 2
 
O segundo trecho é passível de alargamento do leito do rio e foram consideradas as propostas de um parque dentro do leito alagável do rio. Este trecho também compreende áreas com lotes não construídos.
 
Neste trecho propomos que a ocupação seja feita por grandes loteamentos em que possa ser possível a manutenção de uma faixa de 5 metros, no mínimo, a partir do início do lote, na calçada, de área verde , a partir dessa faixa seja estabelecido um grande recuo, calçadas sombreadas para que continue a idéia que foi implantada no primeiro trecho que é tornar o passeio agradável para o pedestre. Estes grandes loteamentos seriam ideais para centros comerciais horizontais, supermercados, restaurantes de grande demanda como churrascarias e pizzarias, conjuntos habitacionais populares. Nas áreas vazias, propomos a construção de centros esportivos, bibliotecas e escolas para atender a demanda das habitações populares.
 
Estas habitações populares são destinadas tanto às famílias que foram desapropriadas do primeiro trecho da avenida, como para a urbanização das habitações clandestinas já existentes neste trecho. As famílias desapropriadas não sairiam prejudicadas de nenhuma maneira, uma vez que seriam levadas a um conjunto habitacional distante de sua habitação original menos de 4 km, não tendo custos adicionais com transporte público, e também passariam a usufruir uma qualidade de vida melhor, e uma estrutura urbana mais eficiente.
 
Assim, neste trecho da Aricanduva seriam priorizadas o estabelecimento do setor de serviços junto às vias, diferentemente do primeiro trecho, no qual devem se instalar áreas verdes.
 
6. Diretrizes Gerais
 
Para ambos os trechos: um planejamento de comunicação visual e regras para a instalação de placas, fachadas e outdoors, visando diminuir a carga visual tanto de motoristas como de pedestres.
Oferecer subsísdios fiscais às grandes empresas que fizerem investimentos na região, tentando criar um pólo de empregos na própria região, desenvolvendo uma economia auto-sustentável. Em consequência disso, os deslocamentos seriam menores trazendo talvez benefícios ao tráfego da região.
 
Acreditamos ainda que após o término do trecho leste do Rodoanel, o trânsito de caminhões venha a diminuir, dando uma folga aos congestionamentos frequentes.
 
 
Estas diretrizes visam a melhorar a qualidade do espaço urbano na avenida Aricanduva, dando novas características a um espaço degradado, que serve hoje apenas de via coletora de veículos. Acreditamos que com essas alterações a Aricanduva deixará de ter uma rede de serviços ligadas apenas à passagem de veículos para se transformar em um pólo de lazer, cultura e de oportunidades, juntamente com a iniciativa privada.
 
7. Quanto ao social
 
É muito difícil dizer se ao implementarmos melhorias na qualidade de vida urbana, obteremos boas respostas no campo social. Talvez alguns aspectos como poluição apresentarão melhoras, ao se implantar um programa que tem em consequência um embelezamento estético da cidade. Mas é difícil dizer que a qualidade de espaço urbano pare o vandalismo.
 
Para o vândalo, sua única diversão é destruir aquilo que, ele pensa, não é seu. As raízes desse problema estão na cultura da sociedade de classes baixa: o que é de todos não é meu, não ligo se houver depredação; ou pior, quando o que é de todos passa ser só meu, ou seja, apropriação indevida. É preciso que se mude este pensamento, a população deve ter consciência de que os espaços públicos pertencem a ela e a todos; e que pagam por isso. E porque pagam devem zelar por estes espaços e equipamentos. E podem e devem reclamar se há descaso por parte da administração competente.
 
Este tipo de educação deve ser ministradas nas escolas. E bom senso, ética e moral, aprende-se em casa. Mas tanto as escolas quanto as famílias parecem não ter estrutura suficiente para ensinar isso. É preciso rever toda esta parte, que em conjunto com uma qualidade de vida urbana podem funcionar.
 
8. Conclusão
 
Assim como foi escrito na Carta de Machu Picchu em dezembro de 1977, é obrigação fundamental do governo guiar o crescimento e oferecer oportunidades para o desenvolvimento urbano. Já naquela época, dava-se importância às questões ambientais, crescimento urbano, moradia e qualidade de vida dentro dos centros urbanos. Por incompetência das administrações passadas, chegamos ao caos urbano que hoje são as principais cidades brasileiras, que cresceram sem nenhum programa de planejamento eficiente, visando a boa vivência nestes centros. Corrigir provou ser muito mais difícil e dispendioso do que planejar antecipadamente. E planejamento requer trabalho global, conjunto. E é o que raramente acontece.