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O terceiro trecho que vai até São Mateus é caracterizado por grandes áreas não urbanizadas próxima das vias, áreas verdes praticamente intocadas na qual se situa o Parque do Carmo, um dos poucos equipamentos urbanos de lazer nesta região, juntamente com o Sesc Itaquera. Apresenta alguns pontos de ocupação clandestina, sem qualquer infraestrutura. Em 1995, a Secretaria Municpal de Vias Públicas identificou a existência de 12 milhões de metros quadrados de áreas livres ou verdes neste trecho; em levantamento feito em 1999 pelo DAEE através de fotos aéreas e imagens de satélite, constatou apenas 6 milhões de metros quadrados livres. Outras áreas são ocupadas por galpões industriais fechados e o comércio reduz-se a postos de gasolina e socorro mecânico. A impressão que se tem ao atravessar este ponto da cidade é a mesma de estar pegando uma estrada intermunicipal precária, com um péssimo asfaltamento.
 
São comuns a todas essas áreas o descaso com o pedestre, calçadas quebradas, construções com pouco ou nenhum recuo, falta de arborização; ou seja, a avenida não foi feita para andar, apenas para o tráfego de carros e fluxo de caminhões; aliás o trânsito de veículos nesta região sofre, como o resto de São Paulo, com os congestionamentos diários. São poucas as passarelas para pedestres e estas estão sempre cheias de lixo. A poluição visual provocada por inúmeros outdoors, placas e fachadas do comércio, placas de obras viárias, fazem com que o desavisado motorista que por ali estiver passando faça conversões proibidas sem saber que estas o são, ou sinta-se completamente confuso. As depredações são um outro ponto de difícil conserto: equipamentos urbanos como pontos de ônibus, placas, telefones públicos são destruídos tão logo se instalem. Pichações estão presentes em quase todo o lugar.
 
A maior parte da população que vive nesta região é de baixa renda, tem baixo nível de escolaridade e cultural. Culpam a prefeitura pelas enchentes, mas por causa da ocupação clandestina muitos jogam lixo no rio e ligam suas saídas de esgotos à rede pluvial. São complacentes à depredação e quando precisam dos equipamentos a única atitude que têm é culpar o orgão administrativo, menos apontar o dedo para si mesmos; e quando digo da complacência da população trata-se da educação moral que estes jovens vândalos não recebem em suas famílias, que cada vez mais não apresentam estrutura alguma. E é nisso que se encontra grande dificuldade desse trabalho: propor uma melhoria de qualidade de vida nesta região cessaria com as depredações? Através do planejamento urbano conseguiríamos melhorar a estrutura social da população? Creio que a melhora da estrutura no campo social e urbano deva se dar em conjunto, através da reformulação do sistema de educação e acompanhamento das famílias.