4. Proposta para o trecho 1
O primeiro trecho, já mencionado anteriormente, constitui-se de lotes pequenos, encostados à avenida, com pouco ou nenhum recuo das construções; casas, pequeno comércio, serviços, é o que constitui a fachada das quadras. São construções justapostas, áreas verdes escassas. Outro dado importante: neste trecho, o leito do rio não pode ser alargado, sendo as pontes nestes trechos elevadas; todos estas situações nos levaram a pensar em uma solução para todo o conjunto: a idéia de criar parques lineares mas margens das avenidas.
Toda a idéia de impermeabilidade que nos foi passada durante o estudo das inundações do Aricanduva, foi fortemente decisiva na formulação deste anteprojeto. Criar áreas verdes ao longo da via mas que comportasse uma estrutura de galerias auxiliares para as águas pluviais nos pareceu uma idéia interessante, pois aliava a idéia de melhoria dos espaços públicos na região e era um auxílio extra para o Plano de Macrodrenagem.
A implantação dessa proposta seria de muita dificuldade e muita burocracia, pois teríamos de remover edificações em uma faixa de 15 metros a partir da pista local da avenida. A solução para o problema das habitações desapropriadas (precárias, diga-se de passagem) seria a construção de conjuntos habitacionais no trecho 2 desta proposta, na qual retomaremos este problema. Assim, implantando-se galerias auxiliares de águas pluviais em toda a extensão do trecho 1, todas ligadas entre si e ligadas ao canal do rio. A ligação das galerias dá-se num nível mais baixo que a ligação entre o rio e a galeria, sendo esta capaz de reservar por um tempo as águas. No caso de ocorrer, chuva muito intensa num ponto, esta galeria será capaz de distribuir as águas para que nenhuma parte do rio fique sobrecarregado. A parte superior da galeria teria uma cobertura vegetal permeável, com alguns equipamentos urbanos. Mas mais do que isso, tornaríamos uma caminhada pela avenida um passeio agradável, além de menos insalubre.
Na parte superior do canal, que é totalmente aberta hoje, propomos a criação de canteiros de função paisagística e uma grade, afim de evitar que se joguem matérias sólidas. Quanto ao equipamentos urbanos, devem ser trocadas as passarelas de concreto pré-moldado por outras de estrutura metálica, mais leves. Pontos de ônibus padrão da cidade e cestos de lixo devem ser instalados.
É muito claro que esta proposta é cara a princípio. Mas a partir do momento que as inundações não mais ocorrerem, creio que esta é uma região propícia para o desenvolvimento econômico, podendo-se esperar investimentos da iniciativa privada.