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Intervenção no Brás e Pari
A habitação de qualidade como meio de fixação da população
Equipe 31: Adda Ungaretti | Kathia Shieh | Liliana Wada | Marissol Sato | Michelle Gabriel

Professores: Csaba Deák | João Whitaker | Maria Lúcia Martins | Nuno Fonseca | Pedro Taddei
FAUUSP / Departamento de Projeto / AUP 272 - Organização urbana e planejamento/ 2003

 






 
 

(no alto)  Perspectiva Ilustrativa da configuração proposta para a Zona E - Corredores de Comércio Especializado  Vista a partir de um ponto elevado
(acima) .Perspectiva Ilustrativa da configuração proposta para a Zona A - Equipamentos e Áreas Verdes  Vista a partir de um ponto elevado
Perspectiva Ilustrativa da configuração proposta para a Zona E - Corredores de Comércio Especializado  Vista da escala do pedestre 
 
Intervenção no Brás e Pari 
A habitação de qualidade como meio de fixação da população

Introdução 

A área escolhida para intervenção, que corresponde a uma delimitação dentro do distrito  do Brás e Pari e tem como ponto central o Largo da Concórdia, apresenta características  particulares como a presença do comércio especializado (principalmente de tecidos e vestuário,  mas também abrange as atividades de madeireira e artigos nordestinos), bem como a grande  concentração de ambulantes. Estas atividades atraem uma considerável quantidade de  pessoas, entre trabalhadores e compradores, que demandam uma melhoria qualitativa e  quantitativa na infra-estrutura, já que, em certos pontos a mesma apresenta-se sobrecarregada  e, em outros, subutilizada. Observando-se esses aspectos, conclui-se que há uma distribuição  irregular da infra-estrutura e a intervenção deverá ser no sentido melhorar o arranjo existente,  criando uma mehor qualidade de vida para a população local e flutuante. 
 

Diagnóstico 

A configuração dessa área é resultado de um processo histórico de desconcentração das  atividades industriais originais e o conseqüente esvaziamento dos galpões e a evasão da  população ligada à manutenção dessas atividades. Com o passar do tempo e com o  crescimento da cidade inciou-se um processo d e mudança e devido a sua localização  estratégica e sistema viário já consolidado, o comércio popular e atacadista iniciam suas  atividades no local, atraindo novos tipos de trabalhadores e o comércio informal. 

Nesse novo contexto, observam-se inúmeros problemas: 

 - o fato da população não ter como perspectiva a fixação a longo prazo no local seja por razões  relativas à precariedade da habitação ou pela falta de investimentos públicos e privados na  região que acarreta uma carência de equipamentos necessários à manutenção da atividade  habitacional;  - a existência de galpões subutilizados ou vazios que são alvo da especulação imobiliária e que  poderiam passar por um processo de retrofit para a implantação de outras atividades (comercial,  institucional, habitacional...);  - a falta de áreas verdes devido ao intenso processo de ocupação original que não foi suprida  posteriormente;  - nessa área há uma confluência de sistema viário - trem, ônibus, metrô e importantes vias de  ligação da cidade - que caracteriza o local como uma região de fácil acesso, porém traz  conseqüências indesejáveis à instalação de moradia;  - poluição visual causada pela sinalização desordenada e irregular das atividades comerciais;  - falta de equipamentos culturais, esportivos, de saúde e de lazer;  - pólo de atração de migrantes de várias partes do país em busca de melhores condições de vida e  que acabam contribuindo para o acréscimo do contingente desempregado ou subempregado  (camelôs), resultando em um aumento da demanda por habitação e que, num primeiro momento,  incorporam-se à massa de habitantes dos cortiços e pensões da região. Essa migraçãopromove a  existência de rodoviárias clandestinas na região;  - a presença maciça de atividades de comércio informal (ambulantes) que causam impacto nas  relações de comércio e trabalho formais da região, geram conflitos com a polícia e a fiscalização e  constituem, fisicamente, mais um problema na paisagemurbana, apesar das tentativas infrutíferas  de realocação - como a construção do camelódromo contíguo à estação Brás do metrô ;  - área de concentração de imigrantes que sofrem um processo de "escravização" nas confecções,  principalmente bolivianos; 
A concentração de trabalhadores que moram atualmente na região se dá prioritariamente  porque algumas das atividades desenvolvidas, como as confecções e as tecelagens, demandam  uma grande quantidade de mão-de-obra, que busca se fixar próximo ao local de trabalho.  Entretanto, por não haver oferta de habitação de qualidade a um preço acessível, acaba havendo a  consolidação das moradias precárias, pensões e cortiços - este último podendo ser de aluguel ou  resultado de invasão de propriedades desocupadas.  Observando os problemas acima citados, consideramos que a intervenção prioritária para a  reestruturação da região deverá ter como foco a produção de habitação pois acreditamos que sua  implantação com qualidade demanda equipamentos de suporte e melhorias da infra-estrutura como  um todo. Essa melhoria da qualidade de vida faria com que a população tivesse a perspectiva de  fixação na região - que vem apresentando uma taxa negativa de crescimento populacional - ,  atraindo mais investimentos públicos e privados, valorizando a área que tem seu potencial  subaproveitado.  A produção de habitação não visa restringir o uso nestes locais, a intenção é promover o uso  misto, porém mantendo os corredores especializados que são a grande fonte de renda e de  empregos da região. 
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Zoneamento 

Através da leitura dos levantamentos realizados pelo Instituto Pólis, delimitamos uma  área que se insere nos distritos do Brás e Pari que concentram as problemáticas anteriormente  mencionadas, elegendo-as como áreas prioritárias a sofrerem intervenções. Dentro dessa área,  determinamos zonas diferenciadas que apresentam características próprias e que portanto  serão objeto de ações e diretrizes específicas, apresentadas abaixo. 

Zona A - Equipamentos e Áreas Verdes 

O corredor decorrente da presença da linha férrea constitui-se numa área de barreira  inutilizada, mas que poderia ser transformada em um parque linear, abrigando inúmeros  equipamentos de cultura, lazer, esportes e, principalmente, de áreas verdes. A instalação  desses equipamentos poderá ser realizada também nos galpões vazios, que contribuiriam para  a implantação de um projeto paisagístico, propiciando a criação de uma área verde, quase  inexistente na região.  Essa intervenção possibilitaria a formação de eixos de ligação entre os dois lados da linha  do trem, a região do Centro e a Zona Leste da cidade, podendo esta zona ser estendida ao longo  da linha férrea.  Tais propostas seriam implantadas através dos seguintes instrumentos legais do  Estatuto da Cidade: 

 1. Primeiramente serão realizados incentivos à construção de equipamentos para a população,  como por exemplo, equipamentos culturais, educacionais, de lazer e de saúde, assim como a  criação de áreas mantidas por instituições privadas, mas de uso e acesso público. Como  exemplo desse tipo de espaço, podemos citar o do Banco Itaú localizado no metrô Conceição  ou a área entre os prédios da Caixa Econômica Federal na Avenida Paulista.
  2. Posteriormente, nos terrenos vazios ou sub-utilizados aplicar-se-á o IPTU progressivo no  tempo para forçar o proprietário a construir seguindo as diretrizes estabelecidas para esta área.  Se este instrumento não tiver efeito, aplicar-se-á a desapropriação compulsória com pagamento  em dinheiro ou em títulos da dívida pública.
  3. As propriedades que apresentarem algum tipo de uso e que se localizarem numa área de  interesse do poder público, será conferido ao poder público municipal o direito de preempção,  que dá preferência a este para a aquisição deste imóvel, quando objeto de alienação onerosa.  No caso do terreno não estar à venda, será aplicada a desapropriação compulsória com  pagamento em títulos da dívida pública ou o proprietário recebe o direito de construir em outro  local (transferência do direito de construir) dentro dos limites da área de intervenção.
  4. Coeficiente de aproveitamento básico: 1  Coeficiente de aproveitamento máximo: 2  Taxa de ocupação: 0,5 
Zona B - Variedade habitacional 

Esta zona possui uso misto e serão criados incentivos às iniciativas de construção  habitacional privadas, sendo permitida e incentivada a verticalização como forma de propiciar  uma maior permeabilidade do solo. Essa zona tem como característica uma menor intervenção  do poder público e consequentemente uma ação mais livre do mercado imobiliário. 

  1. A contribuição de melhoria é caracterizada pelo pagamento de uma taxa ou através do  aumento de impostos, proporcional à valorização do terreno ou da propriedade privada após a  implantação de uma obra pública ou plano de intervenção que visa tornar mais igualitária a  distribuição de investimentos em toda a área do plano, evitando, assim, o comprometimento das  iniciativas e investimentos privados somente com as áreas de maior rentabilidade.Tal  instrumento não incide sobre certos imóveis, como os de uso público, os de culto religioso e  aqueles de pequeno valor, único patrimônio de seu proprietário. Assim o ônus que  anteriormente recaía sobre o setor público será custeado por proprietários privados, principais  beneficiados pelas melhorias. 
  2. Quanto maior o investimento privado em infra estrutura pública, menor será o valor cobrado  pela outorga onerosa. Desse modo, o setor privado arcará com os custos que o adensamento  urbano acarretará na região. 
  3. Os galpões sub-utilizados poderão ser transformados em habitação para a classe de renda  média e alta, ou em equipamentos de suporte aos moradores da região. A habitação para uma  classe de renda mais elevada trará investimentos particulares, valorizando toda a área. Tal  valorização ocorrerá sob controle cuidadoso do setor público para evitar a expulsão da população local de renda mais baixa. 
 4. A especulação imobiliária deverá ser controlada pela subprefeitura da Móoca, pelos mesmos  instrumentos já mencionados anteriormente (IPTU progressivo, direito de preempção,  desapropriação compulsória, etc.) sendo que esta poderá intervir em qualquer tipo de decisão  em favor dos interesses públicos. 
 5. CA básico: 2 CA máx: 4 TO: 0,5 
Zona C - Intervenção nos Cortiços 

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Conclusão 

A região do Brás configura um pólo de importância regional, uma área de grande  potencial que, no entanto, é pouco aproveitada. As diretrizes propostas neste trabalho visam  concretizar esse potencial através da melhoria global das condições dessa região em benefício  da totalidade dos indivíduos e não somente dos setores de maior renda. Entretanto, sabemos  que essa concretização apenas será realizada com um projeto de desenho urbano elaborado a  partir das diretrizes propostas para cada zona.  Apesar dos instrumentos serem os mesmos nas várias zonas delimitadas no nosso  plano, a forma como eles seriam usados são diferentes em cada zona, de acordo com as  características específicas de cada área.  A idéia seria a expansão desse modelo nas regiões que apresentam o mesmo  problema de evasão da população, do fato de serem bem servidos de infra-estrutura (zonas  centrais de modo geral)  A fixação da população e a atenção voltada principalmente para o foco da habitação e  a opção por zonas de uso misto deste plano não deve, de forma alguma, acabar com o uso  existente nas áreas e já consolidado como pode-se notar nos corredores comerciais  especializados, que são a principal fonte de renda e empregos de grande parte dos  moradores da região, que geralmente têm sua habitaçã  o perto do local onde trabalham, sejam elas precárias (cortiços, pensões, etc) ou não. 

Detalhes das propostas 

 A etapa seguinte à elaboração do zoneamento, conforme apresentado na conclusão, seria o da determinação do desenho urbano. Este  consiste na aplicação das leis e regulamentos vigentes em cada área no traçado de uma tipologia particular que lhe será característica.  As perspectivas presentes nesta prancha consistem em uma pequena amostra da configuração proposta para algumas das zonas. Devido ao  grande tempo dispendido no estudo da região e determinação de seu zoneamento, não foi possível desenvolver esta fase do trabalho ainda nesta disciplina. A idéia do grupo é de continuar o estudo desta região na próxima disciplina de planejamento, que trata de desenho urbano, para finalizar o projeto. Consideramos esta etapa de interpretação das leis e o traçado da configuração das zonas constitui a fase mais importante do projeto, pois é ela que determina a "cara" do lugar. 

***

Bibliografia 

 -POLIS (Inst.). Propostas para o Plano Regional Estratégico da Subprefeitura da Mooca. Sã  o Paulo: Instituto Pólis, 2003.   -AMBROSIS, Clementina De. Recuperação da Valorização imobiliária Decorrente da  Urbanização, in O Município no século XXI: cenários e perspectivas. São Paulo: Fundação  Prefeito Faria Lima Cepam, 1998. 

  -SILVA, Helena Menna Barreto. Habitação no Centro de SP: como viabilizar essa idéia?,  documento preparatório para o Seminário de Habitação no Centro de SP: como viabilizar  essa idéia?. São Paulo, 2000. 

  -VILLAÇA, Flávio José Magalhães Efeitos do espaço sobre o social na metrópole brasileira.  .In: Metrópole e globalização : conhecendo a cidade de São Paulo. São Paulo : CEDESP,  1999. 
  -SEMPLA / Planos Urbanos. Plano Diretor Estratégico - Legislação de Uso e Ocupação do  Solo. São Paulo: SEMPLA, 2003. 
  -OLIVEIRA, Isabel Cristina Eiras de. Estatuto da Cidade; para compreender....Rio de Janeiro:  IBAM/DUMA, 2001. 
  MAPAS 
  -MAPOGRAF. Guia de Zoneamento. São Paulo: Mapograf, 1995.   -SÃO PAULO, Governo do Estado de./GEGRAN.Grande São Paulo. São Paulo: GEGRAN,  1972/1974. Esc.: 1:2000 

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 /cont. 
 Zona C - Intervenção nos Cortiços
Nessa zona, devido à concentração de cortiços e a existência de galpões, a ação  prioritária será no sentido de realizar a fixação da população residente, através da melhoria da  qualidade habitacional, inicialmente por meio dos seguintes incentivos:  - isenção de IPTU por determinado período;  - redução da taxa de outorga onerosa para a construção de moradias;  -linhas de crédito;  -possibilidade dos moradores de habitações precárias de participarem de programas como o  PAR (Programa de Arrendamento Residencial) e o PAC (Programa de Ação nos Cortiços) com  financiamentos da Caixa Econômica Federal. 

 Deverão ser também aplicados os seguintes instrumentos: 

  1. Usucapião coletiva para regularização fundiária nos casos em que a propriedade é invadida e  ocupada com fins residenciais por mais de cinco anos e sem contestação da posse pelo  proprietário e desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou  rural.
   2. Melhoria das condições habitacionais das populações residentes através de reformas dos  cortiços e transferência de parte da população para outras construções, já que geralmente estes  cortiços apresentam-se superpovoados.
   3. Nos terrenos sub-utilizados, será aplicado o IPTU progressivo e, caso o proprietário efetuar a  venda do terreno, caberá à municipalidade utilizar-se do instrumento do direito de preempção  para a implantação de habitação.
   4. Parte dos recursos obtidos através da venda das habitações construídas nos terrenos subutilizados  será revertida para a reforma de melhoria dos cortiços.
   5. O proprietário fará a reforma do cortiço e, dependendo das condições do imóvel após a  reforma poderá vender as unidades, ou então doa para a prefeitura em troca de potencial  construtivo e a municipalidade deve fazer nesse caso habitação de interesse social (com aluguel  social).
   6. Criar critérios para escolha de que imóveis estão em condições de reforma e quais devem ser  demolidos.
   7. Coeficiente de aproveitamento básico:1       Coeficiente de aproveitamento máximo:2       Taxa de ocupação: 0,7, exceto na reforma de cortiços existentes 
Zona D - Largo da Concórdia 

O largo corresponde a um pólo de centralidade de toda a região do Brás e do Pari,  concentrando comércio especializado de vestuário. Esse uso específico gera grande  movimento durante o dia, o que acaba por atrair o comércio ambulante. A ocupação  desordenada das vias públicas pelos camelôs gera vários problemas de circulação, tanto para  os pedestres como para os automóveis. 

 Visando resolver estes problemas foram estabelecidas  as seguintes propostas:

  1. Regulamentação e fiscalização efetivas da atividade informal dos ambulantes através de  cadastramento e cobrança de taxas.
  2. Desenho urbano de intervenção projetual para organizar o grande número de camelôs  existentes e que torna impossível a circulação de pedestres, mas que gera uma renda  importante e uma demanda de habitações.
  3. Ocupação de imóveis sub-utilizados e a sua transformação em hotéis para pernoite de  sacoleiros e migrantes que chegam pela estação ferroviária e rodoviárias clandestinas. 
Zona E - Corredores de Comércio Especializado 

Essa área é caracterizada pela existência já consolidada de corredores comerciais  especializados, que atrai um grande público consumidor, sendo a maior fonte de renda da área. A  intervenção nesta zona deverá visar a manutenção da atividade comercial pré-existente, com a  melhoria das condições gerais urbanísticas, bem como a fiscalização das relações trabalhistas com  a finalidade de coibir a ação exploratória da mão-de-obra, assegurando condições mais dignas de  vida.

  - A outorga onerosa poderá ser realizada nesta zona desde que haja a manutenção da atividade  comercial no térreo e sobreloja. Caso o proprietário deseje construir mais do que o C. A. permite,  este deverá pagar ao poder público o direito concedido como valor proporcional ao custo do terreno.  Os recursos provenientes da outorga onerosa deverão ser repassados para investimento em  projetos de interesse da área delimitada de intervenção.  - Melhoria das vias de circulação de pedestres e regulamentação das sinalizações das fachadas de  estabelecimentos comerciais para tornar a região mais aprazível e minimizar a poluição visual.  - Esta área poderá ser objeto da transferência do direito de construção, na qual o proprietário poderá  realizar o aumento do coeficiente de aproveitamento do terreno desde que, como no caso da  outorga onerosa, haja a manutenção da atividade comercial no térreo e sobreloja.  - C. A. básico = 2, C. A. Máximo = 4, T. O. = 0,7 
Zona F - Transição 

As principais características propostas para essa zona são: uso misto, verticalização não  muito acentuada, densidade intermediária entre a zona comercial e a zona habitacional. A criação  dessa zona visa realizar intermediação entre as zonas ocupadas por comércio especializado e as  zonas ocupadas por habitações, bem como promover uma variedade social no perímetro de  intervenção.  As atividades comerciais presentes nessa área são diversificadas e servem de suporte à  habitação.  - Iniciativas do governo, através da COHAB e CDHU, para a criação de habitação de média renda  como forma de atrair a produção habitacional privada - utilização dos galpões abandonados.  -Basicamente os instrumentos de intervençãoserão os mesmos previstos para a zona B. a diferença  estará na menor densidade e verticaliazação menos acentuada.  C. A. básico = 1, C. A. máximo = 3, T. O. = 0,5 

Zona G - ZEIS (Zona Especial de Interesse Social) 

As principais características dessa zona são: uso misto, produção de habitação de interesse  social, densidade média. A ação do poder público dar-se-á no sentido de propiciar uma ocupação  habitacional para a baixa renda através da criação de habitações populares, bem como retrofit de  cortiços e habitações precárias. Para viabilizar essa ação, deverão ser realizados:  1. Cadastro na subprefeitura das habitações populares tipo cortiço existentes.  2. Melhoria das condições dessas habitações através de incentivos como a diminuição ou isenção  do IPTU por um determinado período para os imóveis regularizados (essa regulamentação deverá  ser realizada segundo parâmetros mínimos a serem determinados).  3. Uso dos instrumentos de intervenção já mencionados (IPTU progressivo, direito de preempção,  desapropriação) para aquisição de terrenos vazios cujo destino será a construção de H. I. S.  4. Transferência do direito de construir para imóveis classificados como cortiço em troca da doação  do imóvel para a municipalidade, esta deverá efetuar os devidos melhoramentos.  5. Implementação das CONZEIS (Conselho das ZEIS) cuja função seria administrar as atividades  das ZEIS existentes na área delimitada pela proposta de intervenção urbana. 

As responsabilidadesda CONZEIS são as seguintes:  - administração e regulamentação dos preços dos aluguéis dos imóveis cadastrados.  - aprovação dos projetos de H. I. S. tanto pela iniciativa privada quanto pelo poder público.  - projetos de melhoria da infra-estrutura e paisagem urbana com o dinheiro arrecadado  pelas moradias de aluguel administradas pelo conselho.  - promover a administração participativa nos projetos de melhoramento da zona. 
 


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