
Distritos

Transportes
existentes

Rios e alagamentos

Topográfico

Áreas municipais

Zoneamento atual

Uso do solo atual

Verticalização

Adensamento

Centralidades

Metrô
proposto/ local

Metrô
proposto/ rede

Parque proposto

Uso do solo
proposto
|

São Paulo contou com o
aumentou intensivo de suas áreas e população nos
últimos dois séculos.
Avançada agricultura mercantil, migração interna e
externa e o crescimento do mercado consumidor resultaram no desenvolvimento da
atividade fabril que ocasionou grandes transformações,
uma vez que a configuração das cidades está
profundamente vinculada à organização de sua sociedade e às
relações sociais advindas dos processos produtivos.
A partir da década de
1880-90 houve uma crescente diversificação de
funções devido às profundas
modificações sociais trazidas pela cafeicultura e,
posteriormente, pela industrialização,
causa principal do crescimento e da transformação da
paisagem em São Paulo – de pacato vilarejo a caótica metrópole. A
expansão industrial ao longo da ferrovia facilitava o escoamento das mercadorias e se
deu particularmente nas zonas de várzea dos rios Tietê e Tamanduateí. Elas
definiram os primeiros bairros industriais, com grande
concentração do operariado, que residia contíguo ao seu local de
trabalho. Os primeiros bairros operários se instalaram nas áreas mais
baixas da várzea, onde o terreno era mais barato, ocupando, primeiramente, as proximidades
do Tamanduateí seguindo, com o crescimento, o eixo das ferrovias Sorocabana e
Santos-Jundiaí, formando núcleos nas proximidades das
estações ou ao longo da via férrea.
1
Lapa, Água Branca, Barra Funda, Brás, Cambuci,
Moóca e Tatuapé estão entre as primeiras zonas industriais de São
Paulo. Áreas interligadas pela ferrovia, sem serviços
públicos, com cortiços,
vilas operárias, casas coletivas e de aluguel, conformavam-se
como as primeiras grandes
zonas suburbanas de São Paulo.
Em 1925 as
áreas funcionais da cidade já estavam determinadas. O
centro se caracterizava como pólo comercial varejista enquanto a
várzea do Tamanduateí e do Tietê como pólo industrial e comercial
atacadista, onde o comércio setorial se desenvolveu em
determinadas ruas,
definindo núcleos bem caracterizados.
O caminho
do trem foi um dos fatores que dirigiu a divisão territorial de
São Paulo e um dos principais responsáveis pela locação
das áreas operárias. A ferrovia foi o fator preponderante
na
localização das indústrias, criando ao seu redor
um corredor compacto de galpões, fábricas e residências
proletárias. O trem foi chave para formação do
espaço da Lapa especificamente mas, como nos demais bairros,
ele agora interfere diretamente na área que se urbanizou e se integrou com o resto da malha
viária da cidade, não sendo mais uma área
tão distante e de características industriais.
São
Paulo, hoje, não mais se caracteriza como pólo
industrial, mas sim como um pólo de serviços. As
indústrias abandonaram suas antigas áreas que agora
estão subutilizadas, principalmente nos corredores formados pela linha do trem
e que são já dotadas de ampla infra-estrutura e serviços.
Estas áreas, porém, são extensas e localizadas em
importantes regiões da cidade.
3
As novas atividades trazem
novas formas de
apropriação do espaço. Mas, enquanto elas se
desenvolvem no mesmo ambiente em que uma outra atividade já se
instalou, o espaço estará sempre embasado de alguma forma
na ocupação anterior, servindo como referência.
Deve ocorrer uma continuidade de elementos importantes que são
característicos da região, tomando cuidado para
não descaracterizar a área de todo o seu contexto
histórico mas, ao mesmo tempo, adequando-a ás novas
necessidades. O que
se deve fazer é uma revisão de todo o sistema
viário e suas áreas adjacentes, visando a
requalificação desses bairros cortados pela ferrovia. O
trecho em questão nesse trabalho se vê frente a novos usos
e ocupações, que precisam de novas
intervenções para se adequar à cidade.

4
LAPA
Desde
o início do processo de metropolização da cidade
de São Paulo o bairro da Lapa se estruturou
como importante pólo centralizador da região oeste da
cidade. Teve seu desenvolvimento
ligado à implantação das ferrovias e
subseqüentemente das indústrias e, embora
grande parte das indústrias tenha abandonado a área
há muito, deixando subutilizadas uma
enorme área adjacente à ferrovia, esta ainda se
mantém como principal meio de ligação de zonas
mais afastadas à Lapa e a partir dela a outras áreas da
cidade, principalmente ao centro.
Desta
forma, a Lapa apresenta-se entre um dos mais importantes pólos
de São Paulo, funcionando
como principal elo de ligação entre bairros e
municípios mais afastados e o centro da
cidade. Cumprindo também a função de centro de
abastecimento, comércio e serviços da região
do extremo oeste da cidade.
Desde
o início do processo de metropolização da cidade
de São Paulo o bairro da Lapa se estruturou
como importante pólo centralizador da região oeste da
cidade. Teve seu desenvolvimento
ligado à implantação das ferrovias e
subseqüentemente das indústrias e, embora
grande parte das indústrias tenha abandonado a área
há muito, deixando subutilizadas uma
enorme área adjacente à ferrovia, esta ainda se
mantém como principal meio de ligação de zonas
mais afastadas à Lapa e a partir dela a outras áreas da
cidade, principalmente ao centro.
5 LAPA
A
área da Lapa encontra-se deteriorada, abandonada em grande
parte, porém não por uma má localização
dentro da cidade ou mesmo por falta de infra-estrutura . A
região apresenta-se relativamente
bem servida de atrativos, como áreas institucionais e comerciais
importantes, largamente
utilizadas, mas mesmo assim não apresenta todas as suas
qualidades bem exploradas.
A Lapa
se vê num processo de mudança no caráter principal
do bairro, se apresentando ao resto
de São Paulo como mais um bairro de uso misto, mesclando
residências e comércio local, serviços
e áreas institucionais.
Encontram-se
na região, locais tradicionais para a cidade como o mercado da
Lapa e os galpões que
abrigavam as indústrias e áreas importantes
regionalmente, como o Liceu, a Estação Ciência,
um novo terminal de ônibus, o SESC Pompéia, relativamente
próximo, e a Rua 12 de outubro,
rua de comércio varejista de grande volume. O que mais se
destaca, porém, é a linha do
trem que transformou-se em uma barreira física importante que
praticamente inviabiliza o acesso
entre a área contígua a ela e à marginal. Essa
faixa formada é a mais afetada, potencializando
os problemas que afetam a região.
A
mudança no caráter do bairro já deixou
áreas abandonadas, pois as indústrias que se mudaram
não acharam substitutos para a utilização de suas
antigas instalações. A área se torna ainda
menos atrativa, pois perdeu sua função, é
inacessível e isola-se, ainda que esteja no meio da
cidade.
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O sistema viário
Para
tornar a região menos isolada há a necessidade de
transpor a linha do trem, como ela se apresenta
hoje. A grande concentração de transportes coletivos
aparece de forma antagônica em
relação à dificuldade de acesso à
região. A proposta, porém, seria o rebaixamento da linha,
que se uniria
ao sistema de metrô e, a partir
dali, sairia a linha do trem. A Lapa encontra-se com o seu
sistema viário precário e labiríntico, a falta de
vias alternativas paralelas às marginais é evidente
nessa região, sobrecarregando ainda mais a marginal. A malha
urbana do bairro se mostra
confusa e desconexa do resto da cidade, resultando em um tráfego
entroncado com nichos
de acesso complicados. Propõe-se então uma nova via
paralela à marginal, para escoar o
tráfego passageiro mais rapidamente, tornando as
ligações com a região mais diretas. Para resolver
o tráfego local novas vias serão abertas, mais de acordo
com a escala do traçado restante
da malha urbana.
Quanto
ao transporte coletivo de massas, ao se retirar a linha do trem, essa
será apenas rebaixada,
ligando-se á malha metroviária. Dentro de todos os planos
estudados, nenhuma solução
com uso do metrô foi proposta para a Lapa – o que causa certo
espanto, visto que a região
é uma importante área de ligação a
regiões periféricas da cidade, recebendo um grande volume
de passageiros, em grande parte, destinados ao centro.
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Metrô
A rede
de metrô proposta faz a extensão da linha vermelha Barra
Funda – Corinthians Itaquera, até
Osasco, passando pela Lapa. A linha verde Ana Rosa – Vila Madalena
será extendida até Pirituba,
cruzando a nova linha Osasco – Corinthians Itaquera. Usando como base a
proposta do PITU
2020 para o metrô, uma nova linha proposta
formará uma arco do ligação com o eixo norte-sul
do metrô com as novas extensões do metrô. A linha
férrea será extinta dentro do perímetro
urbano mais adensado, servindo somente – em superfície –
às regiões periféricas.
Esta
nova malha tem como objetivo desafogar o volume de pessoas apenas de
passagem pela Sé.
Tornando, assim, a comunicação entre as extremidades das
linhas mais rápida, formando uma
malha mais densa, ao invés de somente prolongar as existentes.
A
Lapa, abrigaria agora, uma importante estação de
conexão entre diversas linhas. Isso ressaltaria
ainda mais o papel de centralidade dela.
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Essa
junção aumentará consideravelmente a capacidade de
transporte de massa da região, facilitando o acesso ao centro de
regiões
mais distantes, promovendo um meio mais rápido de acesso
á Lapa. Haverá um decréscimo na quantidade de
linhas de ônibus destinadas à região, os
itinerários que apenas fazem a ligação do bairro
com o resto da cidade serão menos requisitados,
podendo até mesmo serem eliminados, tornando-se mais importantes
aqueles que distribuem a população por áreas mais
regionais. Ao colocar-se a opção do metrô,
haverá uma conseqüente diminuição no
número de ônibus e carros nas vias, melhorando o
tráfego local.
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Parque
Superada a barreira física com o rebaixamento da
linha férrea, a faixa compreendida entre a marginal
e a ferrovia abre-se para a cidade como uma área de grande
potencial para o desenvolvimento
das diversas atividades inerentes à vida urbana. O zoneamento
proposto busca integração entre essas atividades
atentando para as potencialidades e tendências de cada
espaço. Assim, áreas residências foram locadas em
continuidade com a malha já existente,
o comércio irradia-se de um ponto focal que é o mercado
da Lapa e com atividades institucionais
em terrenos a beira do rio e dentro de um parque.
O bairro deverá ter um uso misto, mesclando
habitação, comércio e serviços. Será
proposta uma área de habitação popular,
mesclada à continuação de bairros de classe
média e verticalizados,
como Pompéia e Perdizes.
Para que a população de mais baixa renda
não seja expulsa da região perpetuando a periferização,
os apartamentos populares funcionarão por direito de uso –
garantindo que a habitação
não seja revendida, mas sim mantenha-se nas mãos de seu
proprietário inicial, confirmando
seu caráter social.
Com a provável afluência de capital
imobiliário decorrente da integração de uma
área plena de infra-estrutura
potencializada pela instalação de uma
estação de metrô, buscou-se controlar o ímpeto
imobiliário através da reserva de terras verdes
institucionais, formando um parque que estrutura
toda a área de intervenção, ligando a Barra Funda
à Vila Leopoldina. A delimitação do parque
foi feita através da incorporação de terrenos onde
se localizam galpões de interesse histórico
ou arquitetônico a serem convertidos
em equipamentos institucionais variados condizentes
com a centralidade do bairro, como por exemplo, escolas, creches e
museus. Sendo esta uma região que sofre com problemas de
alagamento a grande área destinada ao parque
traz mais locais de solo permeável, auxiliando na drenagem da
água de chuva. Considerando-se
o estado atual do verde na região, a criação de um
parque viria a suprir também
a demanda da população por áreas de lazer. Desse
modo, o parque toma para si uma escala
regional não apenas servindo à população
dos arredores.
10
Galpões
Adjacente à área do parque, margeando o Rio
Tietê uma área de galpões será remodelada
como um grande complexo de ensino profissionalizante,
abrangendo as mais diversas profissões. O complexo
serviria, além da própria população
residente, também à população de
áreas mais periféricas,
que agora contaria com mais fácil acesso à Lapa.
A escolha pela instalação de uma escola
técnica, e não uma universidade, por exemplo, foi feita visando
atender as necessidades da população local, servindo
não somente como equipamento de
atração de pessoas externas à região.
Vindo um dia o rio a ser despoluído e a
necessidade de áreas de lazer linderias a ele surgir, os terrenos
institucionais poderiam tornar-se continuidades do parque proposto. A
escola instalaria-se então em construções
novas, mais verticalizadas, mas ainda dentro do mesmo terreno.
Com toda as remodelações propostas, a
instalação de escritórios empresarias parece
certeiro. Sua instalação poderia reverter o foco
atual de crescimento sudeste da cidade, para uma área mais
central, de alto potencial, já provida de boa infra-estrutura.
Um zoneamento rigoroso visaria
controlar a instalação e expansão dessas empresas
no local, evitando a descaracterização
da área e expulsão de sua população. Isso
evitaria que grandes áreas lindeiras
à marginal fossem reservadas ao benefício de poucos
particulares.
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A
integração da área de estudo à malha urbana
circundante através da remoção da barreira
física do trem e à cidade como um todo
através da ligação por metrô democratiza a
utilização de um bairro tradicional da cidade
completamente inserido na malha urbana mais
densa e abundante em infra-estrutura.
Com
a expansão da rede de metrô, a
potencialização da centralidade da Lapa para as
regiões de Osasco, Pirituba e arredores é
reforçada pela alocação de equipamentos
institucionais, destacando-se o centro profissionalizante como
catalisador do processo de inclusão social. Atua também
nesse sentido a determinação de terrenos para
habitação popular de gabarito médio
dentro da área de estudo.
O
remodelamento da área lindeira ao Tietê e à
ferrovia recupera para à cidade um trecho de uso eminentemente
industrial dotando-o de equipamentos que complementam e ampliam a
importância que a Lapa já tem para a zona oeste e toda a
cidade.
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