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Embratel omite ação estratégica e é multada
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A Embratel, vendida à norte-americana MCI em 98, foi multada em R$ 2,825 milhões pela Anatel por não ter consultado o governo sobre sua decisão de não ampliar a participação do Brasil na Intelsat, provedora mundial de serviços de comunicação por satélites. A parcela brasileira poderia passar de 2,10% para 4,87%, o que faria do país o quarto maior acionista --hoje, é o 11º.  A Embratel representa o Brasil na Intelsat desde 73.  Pág.  2-4
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Empresa não comunicou a Anatel que participação do país na Intelsat poderia ser ampliada
Embratel omite informação e é multada
FERNANDO GODINHO da Sucursal de Brasília

 

A Embratel foi multada em R$ 2,825 milhões pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) por não ter comunicado ao governo que a posição acionária do Brasil na Intelsat (provedora mundial de serviços de comunicação por meio de satélites) poderia ter aumentado de 2,10% para 4,87% neste ano.A nova posição acionária do Brasil na Intelsat seria uma consequência do aumento da utilização, no país, dos satélites ligados à provedora.

A maior participação daria ao Brasil melhores condições para negociar na Intelsat. Com 4,87% da provedora, o Brasil sairia do 11º lugar entre os acionistas para assumir a quarta posição nesse ranking, ficando atrás dos Estados Unidos (19,8%), da Inglaterra (7,02%) e da Noruega (5,62%).  A Itália ocupa atualmente o quarto lugar, com 4,51%.

A provedora existe desde 1964 e reúne hoje 143 países.  A representação do Brasil pela

Embratel é exercida desde 1973.  A operadora manteve essa função mesmo após a sua privatização (em julho de 1998), quando foi vendida para a norte-americana MCI.

Dois dias antes da venda da Telebrás, foi assinado um termo de compromisso entre a Embratel e a Anatel prevendo que as ações estratégicas da operadora na Intelsat teriam que ser discutidas previamente com o governo. Em 17 de março passado, expirou o prazo para a Embratel formalizar a intenção de ampliar a posição acionária do Brasil na provedora.  Sem consultar o governo, a Embratel optou por manter a atual participação.

A Anatel só ficou sabendo da decisão da Embratel no dia 29 de março, segundo informou ontem o conselheiro da agência Antônio Carlos Valente. "Não havia nada indicando que a Embratel deixaria de informar o governo brasileiro sobre essas negociações", disse Valente, que não admite negligência da Anatel no relacionamento com a operadora.


 Ele disse que a Embratel continuará representando o Brasil na Intelsat e que a Anatel estuda a possibilidade de credenciar outras operadoras para essa função.

 A Embratel, que gastaria cerca de US$ 88 milhões para ampliar a posição brasileira na Intelsat, enviou correspondência à agência reconhecendo "omissão" no episódio e solicitando revisão da multa.  Os recursos da operadora foram negados pela Anatel.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 

 

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