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Participação
popular nas políticas urbanas, resistência ou
ilusão? Ângela Amaral Nosso país, marcado
por graves desigualdades
sociais, de acesso ao trabalho, a infra-estrutura, as
condições de vida digna,
constituiu uma sociedade autoritária, na qual
“as diferenças e assimetrias sociais e pessoais
são imediatamente
transformadas em desigualdade, e estas, em relações
hierárquicas mando e
obediência (Chauí, 86, pág 54) e tem valorizado
uma memória autoritária da
sua historia, pois “privilegia as ações vindas do alto
e minimiza as
práticas de contestação e de resistência
social e popular “ (pág 51). A peculariedade do processo
de produção capitalista
no Brasil conferiu especificidades a natureza do Estado e da Sociedade,
e
provocou uma crise nomeada por Deák de acumulação
entravada (Deák, 91)
, que se implanta a partir da década de 80, ainda
está por ser resolvida, e
tem limitado significativamente a superação dos graves
problemas da
infra-estrutura e do desenvolvimento do país. Entretanto, a
população mais pobre, imensa maioria
deste país, resiste, luta, faz propostas, se organiza e busca
interferir neste
quadro. Além de interferências a
nível
da política mais ampla do pais, como mudanças na postura
eleitoral, vem,
principalmente a partir da década de 90, participando cada vez
mais de
instâncias de participação direta, de planejamento
e gestão de políticas
públicas. A importância prática desta
discussão decorre talvez por um lado, do risco de nos levar a
uma situação de
imobilização política, mas por outro lado, de que
as ações e esforços de participação,
quando trabalhados de forma limitada, possam contribuir para aumentar
as “cortinas
de fumaça” que ajudam a dificultar análises,
discussões e ações concretas
para o enfrentamento dos problemas.
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