4.5
O pagamento pela localização
e
acumulação
Seguindo a teoria
de
renda clássica, o preço da
localização (na
forma do preço da terra) tem sido visto como
barreira à
acumulação de capital, levando a teses
largamente
difundidas teses sobre a nacionalização
das terras
como remédio.(17). Uma forma
arquetípica do
argumento reza:
...o
preço
de
compra
da terra (renda da terra capitalizada
subsumida
sob a ficção legal [sic] do
valor da terra) tem o efeito
de subtrair
capital do investimento em
produção
agrícola. A propriedade particular
(grande ou pequena) constitui
um obstáculo ao desenvolvimento das
forças produtivas na
agricultura.(18)
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Tal
visão como essa é
confundir capital com uma soma de dinheiro.
CD85:116
....
Se a terra não tivesse preço (e a
regulação espacial estivesse sendo
executada por um planejamento central, algo tão
pouco
provável
quanto anarquia total da produção [?! Cidades
Hanseáticas etc.] ), tudo o aconteceria
é que a
quantidade de dinheiro correspondente seria retirado do
investimento
de capital, do preço das mercadorias e dos
salários –vale
dizer, de
circulação– e a expressão
monetária do
trabalho abstrato se alteraria
de acordo. Mas a
quantidade de
trabalho dispendido, as técnicas
de
produção, e
em última instância, a taxa
de acumulação SV/V
permaneceriam
inalteradas.
(17)
Apesar de que propriedade privada em terra
trabalho assalariado.
(18) Hindess
(1972):16 citado por Massey & Catalano (1978):52.
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O
exemplo
acima
mostra,
incidentalmente, que o argumento atrás da
idéia do ‘planejamento racional’ é o mesmo
que aquele
segundo o qual ‘renda’ constitui um freio à
acumulação:
planejamento –através de zoneamento de usos,
empreendimentos
públicos etc.– tornaria a
produção ‘mais
eficiente’. Do que precede, já
podemos concluir no entanto que planejamento –isto
é,
intervenção
estatal– não vem para aumentar a ‘eficiência’
(vale dizer,
a taxa de
acumulação) que,
‘de outro modo’, isto é, sem planejamento, seria
mais baixa, mas
por pura necessidade imposta pelos limites à
mercadorização da economia. Em outras
palavras,
a
intervenção
estatal
não
torna a
produção de mercadorias mais
‘eficiente’ – ela a torna
possível sequer.
CD85:118
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