O
dito e o
não dito
2001.6.30
 
Dito
Folha de S Paulo, 01.6.30:B-1
Previsão, ou política deliberada? 
Inflação supera meta e PIB trava, prevê BC

A inflação deve ultrapassar a meta, o crescimento será bem menor que o esperado, os juros permanecerão nas alturas e o mercado deve continuar testando o governo para definir o preço do dólar.

Esse é o cenário turbulento que o país deve viver no segundo semestre ... 


 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Não dito
O Banco Central faz a 'política monetária' (taxa de juros e disponibilidade de crédito) que, em conjunto com as remessas ao exterior, determinam a taxa de inflação e o crescimento da produção, vale dizer, do PIB.
Questão
O BC fazer uma declaração como a citada expressaria então uma 'previsão', ou uma intenção?
Contraponto
O BC é um dos instrumentos da política de 
indesenvolvimento nacional.
***
Adicionalmente à manchete, observem-se o sub-título:

REAL NO ESCURO Cenário apresentado para o segundo semstre é de turbulência com a sucessão de crises que assola o país

e o tom geral do texto, o qual exemplificamos com os primeiros parágrafos:

A inflação deve ultrapassar a meta, o crescimento será bem menor que o esperado, os juros permanecerão nas alturas e o mercado deve continuar testando o governo para definir o preço do dólar.

Esse é o turbulento cenário que o país deve viver no segundo semestre (... ). O quadro não foi pintado por ninguém da oposição, mas por um representante de peso do governo, o Banco Central.
 

Pergunta: SE o objetivo do jornal fosse semear pânico, gerar confusão (da qual melhor se aproveitam os manipuladores da elite), e jogar o 'cidadão comum' no desespero e na sensação de que 'não tem jeito',  seria possível aperfeiçoar o texto?

 
Obs: SE a resposta à pergunta anterior for afirmativa, não quer dizer necessariamente que qualquer pessoa particular (do dono ao redator, articulista ou free lancer) tenha consciência do fato.
A inflação tem problema, mas é outro: é que está sendo 'segurada' pelo curso do dólar, que continua sobrevalorizado, a julgar pelo deficit comercial (moeda sobrevalorizada favorece importação, e vice-versa) -- processo esse, além de lesivo à prodição nacional, insustentável a longo prazo (como a Argentina não nos deixa esquecer).
 

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