ELIO
GASPARI
Os "excluídos" viraram bordão
Há uma nova
empulhação na praça. Chama-se "exclusão social".
O sujeito quer dar uma enrolada na choldra e diz uma coisa assim:
"Terminamos escravos do
preconceito, da marginalização, da exclusão social
e da discriminação que caracterizam o dualismo social e econômico
do Brasil".
Quem disse isso foi o vice-presidente
Marco Maciel, valoroso varão pefelê. "Terminamos escravos"
quem, cara pálida? O doutor Marco é um exemplo clássico
de escravo incluído... A exclusão social brasileira, seja
lá o que for que isso signifique, não é um acidente
geográfico, como o Pão de Açúcar. Também
não é produto da herança ibérica ou anomalia
deixada pelo escravismo. É obra dos homens, feita a cada dia. (...)
A "exclusão social" que a turma do doutor Marco condena às
vésperas de uma eleição presidencial é produzida
e preservada com a colaboração decisiva de pessoas honestas
e cordiais. Deixam tudo como está e, de quatro em quatro anos, dão
uma empulhadazinha na patuléia. Denunciam o que fizeram, para continuar
fazendo a mesma coisa.
O debate da sucessão
tornou-se um circo no qual misturam-se piadinhas, fofocas, ressentimentos
e parolagens. Até hoje nenhum candidato governista apresentou uma
só proposta concreta que possa ser estudada, entendida e cobrada.