3 abril 13
Internacional
US ganha guerra; perde hegemonia
A queda de
Bagdá após uma campanha ridiculamente longa ineptemente realizada
com um exército igualmente superdimensionado, e desumanamente destrutiva
para a população do berço da civilização,
hoje à beira da mesma, marca a vitória militar da
maior potência contra uma não-potência. Uma espécie
de não-acontecimento.
Mas ao mesmo
tempo, marca, um pouco a posteriori, algo que estava acontecendo
no final do século passado: a perda da hegemonia dos EUA. Apesar
de seus esforços patéticos, não conseguiram a anuência
ao ataque gratuito ao Iraq não só dos membros com direito
a veto, senão tampouco do plenário do Conselho de segurança
da ONU (que, ato contínuo, começou ser conjecturada pela
imprensa americana e seus sicofantas pelo mundo afora de 'instituição
falida').
Fato inédito
desde o fim da Segunda Guerra Mundial: os EUA não conseguem o consentimento
ativo dos sujeitos de sua dominação. França, Alemanha,
Rússia, China acabaram encolhendo o rabo entre as pernas (cederam,
relutantemente, à frente da superioridade militar americana), mas
grunhiram e rosnaram (nunca reconheceram aos US o direito de invadir
o Iraq).
.Globalização
ou crise global?