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São
Paulo, terça-feira, 27 de maio de 2008
Embargo
à terra de líder arrozeiro não sai do papel
HUDSON CORRÊA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Anunciado há mais de duas semanas pela direção do
Ibama, o embargo à fazenda de Paulo Cesar Quartiero na terra
indígena Raposa/ Serra do Sol, em Roraima, não saiu do
papel.
"Até agora não [embargaram]. A situação
está normal lá. Até procurei o processo aqui no
Ibama de Boa Vista. Não encontrei. Está lá por
Brasília", disse Quartiero.
O Ibama informou, na semana passada, que devido à
"tensão" na Raposa/Serra do Sol, a operação de
apreensão de equipamentos da fazenda de Quartiero havia sido
adiada. Procurado ontem para falar sobre a data da
operação, o órgão não respondeu.
A fazenda consta na lista de áreas embargadas dentro do plano de
combate ao desmatamento na Amazônia. O Ibama mantém um
sistema de consulta pela internet que lista as propriedades que
sofreram embargos.
"As áreas são embargadas em operações que o
Ibama executa no âmbito do Plano Nacional de
Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia",
diz o órgão.
Com o embargo, as propriedades não podem ser exploradas
até a recuperação de áreas degradadas. O
sistema de consulta é mantido para que comerciantes e
indústrias evitem comprar produtos agropecuários e
florestais das fazendas embargadas. As penalidades são multa e
restrição de crédito.
No último dia 9, Quartiero foi multado em R$ 30,6 milhões
e a área produtora de arroz foi embargada. Ele foi notificado da
decisão dentro da cela da Polícia Federal em
Brasília -estava preso sob acusação de mandar
atirar em índios que, no dia 5 de maio, ocuparam sua propriedade
na Raposa/Serra do Sol.
Até ontem, segundo funcionários da fazenda e o
próprio Quartiero, o trabalho na fazenda continuava normalmente.
Na terra, está sendo cultivada uma área de 210 hectares
destinada à produção de semente para a
próxima safra de arroz.
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