Observações
O
gasto com a realização de um grande concerto
público de música clássica não pode ser
considerado um gasto corrente; isso deve ser considerado investimento
em milhares de indivíduos.
João
Sicsú, diretor de estudos macroeconômicos do
IPEA.
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IPEA
critica política econômica atual e quer juro no
nível dos EUA
DA
SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) divulgou ontem
um estudo em que critica a política econômica do atual
governo, conforme havia antecipado a Folha no mês de maio.
Em texto para discussão, publicado com
destaque no site do
instituto, o diretor de Estudos Macroeconômicos, João
Sicsú, sugere uma estratégia de desenvolvimento que
inclua uma taxa de juros "em patamar semelhante ao da norte-americana",
um câmbio desvalorizado a partir de intervenções do
Banco Central e uma política fiscal "com o objetivo de manter o
pleno emprego".
O único ponto de convergência do
projeto de
desenvolvimento do Ipea com
a atual política econômica é a
manutenção da inflação baixa.
Juros
O orçamento do governo, na opinião de Sicsú,
deveria ser equilibrado, embora, em momentos de baixo crescimento, o
país pudesse gastar além de suas receitas para estimular
a economia.
De acordo com o economista, ao manter a taxa
básica de juros em
um nível baixo -hoje é de 13% ao ano e a dos EUA, de 2%
ao
ano-, o país evitará a entrada de capital especulativo e
reduzirá o
custo de o Banco Central manter dólares em sua carteira. Com
isso seria
possível estimular a industrialização do
país por meio da
taxa de câmbio desvalorizada.
Ricos x pobres
Sicsú sugere que um modelo de
desenvolvimento econômico
baseado na exportação de commodities beneficiaria apenas
os mais ricos.
Ele defende também que os gastos
públicos sejam
redirecionados para os mais pobres, uma vez que essas pessoas tendem a
consumir toda a sua renda e, portanto, estimulam a economia.
Essas políticas são apontadas como
os pontos
básicos de uma estratégia de desenvolvimento para o
país, que incluiria ainda a necessidade de empolgar a
nação em torno do projeto e de criar símbolos com
o objetivo de mobilizá-la.
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