Colisão
controlada encerra missão de sonda chinesa
Equipamento
lançado contra solo lunar mapeou satélite da Terra por 16
meses
Além de pretender pisar na Lua até 2020,
país asiático anunciou ontem que vai começar a
construir sua estação espacial em 2010
Em mais um capítulo da narrativa chinesa
para virar uma
superpotência espacial, o país asiático anunciou
ontem que encerrou a missão da sonda lunar Chang'e-1,
lançada em 2007. O equipamento, que orbitou a Lua por milhares
de vezes durante 16 meses para mapear o satélite natural da
Terra, acabou sendo lançado contra o próprio solo do
corpo celeste.
De acordo com as autoridades da China, o choque
feito por meio de
controle remoto é o primeiro passo, de um total de três,
para que um veículo totalmente feito no país possa descer
no solo lunar em 2017 com o objetivo de coletar minerais.
Depois da colisão de ontem - que ocorreu
às 5h13 pelo
horário de Brasília-, uma nova sonda deverá ser
lançada ao espaço pelos chineses em 2012.
As ações para que esse segundo
passo seja dado, e que a
aterrissagem desta vez seja suave, já estão adiantadas,
disse Wu Weiren, chefe de projetos do programa de sondas lunares da
China, ao jornal "China Daily".
Mas mesmo que o terceiro passo da missão
lunar ocorra com
sucesso em 2017 ele não deverá ser o último. A
China quer ainda pisar na Lua.
O objetivo de conquistar o satélite da
Terra é o
desdobramento da nova corrida espacial travada no século 21,
sobretudo entre três países asiáticos: China,
Japão e Índia. As três nações
já enviaram sondas para mapear a superfície lunar.
Conquista do espaço
Com todo esse conhecimento adquirido nos
últimos anos, que tem
inclusive preocupado os Estados Unidos que acham que essa tecnologia
poderá ser usadas para fins militares, a China já tem
planos mais ambiciosos em termos espaciais, que também foram
detalhados ontem pelas autoridades locais.
O primeiro elemento de uma futura
estação espacial
construída pela China deverá ser enviado ao espaço
no ano que vem. Se tudo der certo, o acoplamento inédito entre o
módulo e uma nave espacial deverá ocorrer no
início de 2011.
O módulo espacial chinês, nomeado de
Tiangong-1
(palácio celeste-1) deverá ser acoplado à nave
Shenzhu-8.
O equipamento está concebido para oferecer
um "lugar seguro" aos
taikonautas [nome dado para os astronautas da China] que tiverem que
viver no espaço com o objetivo de fazer
investigações científicas em gravidade zero,
informou a agência oficial do país.
Segundo a "Nova China", o módulo
Tiangong-1 terá 8,5
toneladas de peso e poderá realizar operações de
longo prazo sem a necessidade de nenhum tipo de assistência. Essa
independência em relação à Terra é
crucial para que a construção de uma
estação espacial ocorra. A ideia do governo chinês
é lançar vários desses módulos para depois
acoplá-los em uma estação no espaço.
Para atingir os objetivos traçados para a
próxima
década, a China conta com um orçamento anual de
aproximadamente US$ 3 bilhões para o espaço.
Com todos esses recursos, o país
asiático também
conseguiu entrar para a história como a terceira
nação no mundo a enviar um homem ao espaço. Em
2003, a China ficou ao lado de Rússia e Estados Unidos. No ano
passado, outro feito que parou o país: Zhai Zhigang, 42,
tornou-se o primeiro chinês a caminhar no espaço.
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