5 anos depois do acidente
que a destruiu
(mas:

Antes

Depois
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TCU libera obras em plataforma de foguete
que queimou em 2003
Reconstrução
em Alcântara (MA) estava suspensa por problema em
licitação
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apontado pelo ministro Sergio Rezende (Ciência e Tecnologia) como
um "entrave" ao programa espacial brasileiro, o TCU (Tribunal de Contas
da União) decidiu liberar a obra de reconstrução
da plataforma de lançamento do programa VLS (Veículo
Lançador de Satélites), em Alcântara (MA), que
incendiou com um foguete em 2003, matando 21 pessoas.
Rezende fez o anúncio na posse do novo presidente da AEB
(Agência Espacial Brasileira), Carlos Ganem, ex-superintendente
da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
A reconstrução da plataforma, licitada em 2005, havia
sido suspensa pelo tribunal em dezembro de 2007, após
questionamento do consórcio Brasilsat, que perdera a disputa.
As obras serão retomadas em "poucos meses", diz Rezende. O
coronel Olympio Achilles, diretor do Instituto de Aeronáutica e
Espaço, porém, afirma que o TCU ainda analisa se os
recursos para a obra poderão sair da Finep, como previa a
proposta original. De acordo com ele, o próprio montante
original para a construção da torre -R$ 32
milhões- pode ser revisto, já que o valor havia sido
calculado quando a licitação foi aberta, em 2005.
Achilles diz que a empresa vencedora já visitou o local para uma
reavaliação, mas espera que o valor fique próximo
do previsto inicialmente. Outras obras do centro espacial -incluindo a
torre de controle- devem ficar para depois.
Embora Rezende tenha dito que o projeto da obra já foi liberado
pelo TCU, um acórdão do tribunal afirma que a
concorrência permanece suspensa.
Um dos motivos da paralisação foi a
constatação inicial de uma auditoria que apontou um
sobrepreço de R$ 122 milhões na obra. O ministro do TCU
Marcos Vinicios Vilaça discordou da análise, afirmando
que "até agora, apenas algo em torno de R$ 1,3 milhão
pode ser tido como injustificado". Ainda assim, o tribunal fez 23
recomendações à AEB para a continuidade da
licitação e pediu à agência resposta sobre
outros 12 itens dentro de 30 dias.
Rezende calcula o valor da obra entre R$ 300 milhões e R$ 600
milhões -a depender "da definição que o governo
der à sua extensão". Será preciso também
resolver questões fundiárias em terras disputadas por
quilombolas em Alcântara.
Segundo Ganem, porém, as pendências não devem
comprometer a promessa -feita ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva- de lançar um foguete de grande porte desde
Alcântara em julho de 2010.
(...)
Com vasta experiência em política científica, mas
sem se considerar "especialista" na área espacial, o novo
presidente da AEB se disse entusiasmado com o cargo. "Eu sou uma pessoa
que, recebendo uma determinada função, persegue ela
até a sua consumação final. Minhas filhas costumam
dizer: "Papai não desiste nunca"." ...
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