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Desenvolvimento: pró
CD, 08.5.09
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São Paulo,
terça-feira, 28 de abril de 2008
![]() BNDES planeja criar
superfarmacêutica a partir de alianças
Meta
é viabilizar empresa capaz
de investir fortemente em inovação e contribuir para
raduir déficit comercial do setor
Estratégia se assemelha ao modelo utilzado para criar a supertele nacional, anunciada em negócio que uniu Oi e Brasil Telecom JANAINA LAGE A lógica tem semelhanças com o modelo de criação da supertele nacional : o banco tem interesse em entrar como sócio da empresa e assegurar poder de veto a operações que poderiam resultar na desnacionalização da companhia. O objetivo do banco é criar uma empresa com faturamento de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões, com envergadura suficiente para investir fortemente em inovação e que contribua também para reduzir o déficit da balança comercial do setor, uma das mais elevadas. "Se os empresários não comprarem essa
idéia, vamos estar relegados a
um papel de periferia no jogo global das indústrias
farmacêuticas",
declarou Pedro Palmeira, do BNDES. Federação
prevê...
Texto integralO BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) articula a criação de uma superfarmacêutica nacional, que poderia ser viabilizada a partir da fusão de grupos nacionais que atuam no setor. O banco não divulga nomes, mas afirma que está intermediando conversas entre empresas. A lógica tem semelhanças com o modelo de criação da supertele nacional: o banco tem interesse em entrar como sócio da empresa e assegurar poder de veto a operações que poderiam resultar na desnacionalização da companhia. O objetivo do BNDES é criar uma empresa com faturamento de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões, com envergadura suficiente para investir fortemente em inovação, tanto em melhoria de medicamentos como em desenvolvimento de novas drogas. Isso pode contribuir também para reduzir o déficit da balança comercial do setor, uma das mais elevadas. "O presidente Luciano Coutinho tem nos orientado para trabalhar de forma pró-ativa, para tentar induzir alianças entre empresas. Essas alianças podem ser acordos mercadológicos, fusões ou aquisições. Existem conversas em andamento", afirmou Pedro Palmeira, chefe do Departamento de Produtos Intermediários Químicos e Farmacêuticos. A opção preferencial do banco é a de se tornar acionista minoritário nos novos empreendimentos, com 20% a 30% do capital. O banco defende a criação de uma empresa 100% nacional, mas admite a hipótese de associação, em fatia minoritária, com uma empresa estrangeira, desde que ela traga tecnologia de ponta para o país. "A inovação é o oxigênio dessa indústria. Se os empresários não comprarem essa idéia, vamos estar relegados a um papel de periferia eterna no jogo global das indústrias farmacêuticas", afirmou. Em 2007, o déficit da balança comercial de medicamentos foi de R$ 2,775 bilhões e o de farmoquímicos (insumos na produção de farmacêuticos), de R$ 1,327 bilhão. Inovação No ano passado, durante o lançamento do PAC da Saúde, BNDES e Ministério da Saúde assinaram termo de cooperação. Segundo Palmeira, em maio ocorre a primeira reunião de um comitê gestor. "Está na pauta a questão do poder de compra do governo e a dos produtores públicos de medicamentos no país", disse. O Profarma (Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cadeia Produtiva Farmacêutica), lançado em 2004, foi reformulado no ano passado. Com vigência até 2012 e orçamento de R$ 3 bilhões, o programa vai focar mais em inovação. A partir de uma definição do Ministério da Saúde de itens estratégicos normalmente importados, seria possível fomentar a produção de novos medicamentos no país. "Não estamos falando em quebra de patentes, mas na produção de um item análogo, que pode ser parecido quimicamente, mas com a mesma finalidade terapêutica comprovada", disse. Caso uma empresa se disponha a desenvolver o produto, o ministério, segundo Palmeira, pode se comprometer a comprar uma determinada quantidade, a preço definido. O BNDES entraria na operação reduzindo o risco financeiro via aporte de recursos. Se o produto sair do papel, o banco ganha uma parcela dos recursos oriundos da venda para o ministério. Se não der certo, o banco perde. O banco se dispõe ainda a financiar novas fábricas e a dar empréstimos para estrangeiras interessadas em trazer projetos estratégicos ao país, como um centro de pesquisas de doenças tropicais, por exemplo. ![]() Federação prevê setor mais concentrado O setor farmacêutico vive uma fase de consolidação e pode se tornar mais concentrado nos próximos anos, na avaliação do presidente executivo da Febrafarma (Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica), Ciro Mortella. Segundo ele, as empresas nacionais ganharam espaço nos últimos anos e atualmente ocupam quatro das dez posições no ranking de maior faturamento do setor. Para Mortella, no entanto, a criação de uma supercompanhia nacional ainda depende da melhora no ambiente de negócios no país. As empresas que atuam aqui têm aumentado sua parcela de produtos destinados ao mercado externo, o que requer disponibilidade de adequação a regras internacionais, além de novos investimentos. Segundo a Febrafarma, as empresas vão investir R$ 1,7 bilhão neste ano. Desse total, R$ 505 milhões serão destinados a pesquisa e desenvolvimento, 29,26% mais do que 2007. Mortella aponta como deficiências aspectos econômicos e de fiscalização nos pontos-de-venda. Para ele, o fabricante não tem como incorporar ao preço do produto os gastos com inovação, o que dificulta a recuperação de margens. Hoje, as compras do governo representam cerca de 30% do mercado, segundo a Febrafarma. O diretor-geral de operações da Aché, José Ricardo Mendes, avalia que estrategicamente o país tem espaço para uma superfarmacêutica baseada em genéricos e em produtos patenteados a partir de tecnologia desenvolvida no país. A Aché chegou a discutir a criação de uma empresa de biotecnologia em parceria com a argentina Bio Sidus, mas o negócio não foi adiante em razão dos custos elevados. (JL) |