8.5
O preço da localização e o processo urbano
Temos agora a nosso alcance um arcabouço que permite uma
interpetação do preço
da
localização
como
um dos meios de organização espacial do
processo de
produção em conjunto com outros meios de
organização sob o controle do Estado.
a)
Regulação dos usos do solo
Capitalismo produção de
mercadorias.
Economia Política: análise da produção,
troca e consumo de objetos que carregam os valores produzidos pela
sociedade, incorporados que a gente quase os pode enxergar. Ainda q Marx
visse que Pol Eco somente poderia dar conta da anatomia sociedade civil - isto
é, da totalidade das condições materiais da vida(28),
posteriormente
o
contexto,
necessariamente
histórico,
no qual ele inseriu o core
'econômico', foi gradualmente
erodido por aderência a ortodoxia -- como atestam a
sobrevivência espantosa das '3 grandes classes', assim como as
dificuldades de dar conta da economia ('improdutiva') de
serviços que hoje concentra metade da força de
trabalho nas sociedades industriais (sic).
Quando
então se trata da organização
espacial, as
categorias abrangentes 'produção, troca e consumo de
mercadorias ficam ainda mais fragmentadas a ponto de se tornarem
abstrações tão distantes da vida concreta da
sociedade civil, que se te torna necessário introduzir níveis
intermediários de abstração.(29)
Na
organização espacial atividades econômicas:
produção, troca e consumo tornam-se usos do solo organizados em
categorias relevantes para os propósitos da
organização espacial, independentemente de seu status original.
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(28)
Marx (1859):20
(29)
Isto
não
escapou
à
atenção de muitos
estudiosos de 'urbanismo'. No entanto o peso dos inúmeros
aspectos do processo urbano levou a sua promoção a
sujeitos/ assuntos autônomos por direito
próprio -- coomo na forma arquetípico proposta pela
iinfluente abordagem 'moovimentos sociais urbanos'(Castells, 1972,
etc.). A dificuldade reside em se introduzir o resto da 'totalidade da
vida' sem perder a conexão com seus fundamentos originais que no
capitalismo continuam constituídos na produção de
mercadorias.
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'Produção'
indústria peq, med,
grande -- adicionalmente poluente de ar, água ou barulho, e
agricultura;
'produção
não-produtiva'
banco, escritório,
serviços,
transportes; 'troca' torna-se comércio;
um item de
subsistência que dá 40% do salário (30)
torna-se habitação que nunca
pôde ser mercadorizada
e ocupa metade da extensão do espaço urbano nas
aglomerações; somem-se as
atividades do setor de
não-mercadorias: sendo estradas,arruamento, áreas
livres, edifícios públicos, equipamentos coletivos etc.
Enquanto
usos do solo, ficam agrupados em zonas
de
uso mais ou menos segregados ou mistos e regulação espacial
se aplica sobre elas precisamente enquanto
usos do solo.(31) No espaço urbano, elas aparecem
como o padrão kaledscópico de Hoyt, cuja estrutura
aparente era o objeto em foco da Escola de Chicaago, ae que por sua vez
dão origem a inúmeros processos que parecem ter vida
própria e frequentemente são estudados como se
realmente tivessem.
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Essa idéia é de fato tão forte que entra na
própria língua como em expressões "cidades
--aglomerações urbanas-- crescem (mudam, etc.), o que
é calramente ter perdido a fato que as mesmas estão sendo
construídas (transformadas etrc.)(32) -- com um
propósito.
(31)
Isso
explica porque é que "... as propostas da Community Land Act [1975] and the Development Land Tax [1976] ...
não eram dirigidas diretamente à própria
instituição da propriedade privada da terra, nem mesmo
contra determinados grupos de proprietários de terra;
senão, eram elas definidas em referência a usos do solo" Massey &
Catalano, 1979:173), e ilustra a natureza da dificuldade à
frente de uma interpretação da intervenção
do Estado na organização espacial.
(32)
Em contraste, ninguém diria exceto sob licença
poética 'minha casa está crescendo' ao invés de
'estou construindo uma casa'.
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