2001.5.9
.Política econômica

Política industrial
Dito
           Folha de S Paulo, 01.5.9:B-2

            As alíquotas de importação de bens de informática e de
            eletroeletrônicos estão, hoje, em 15% na média, e o Ministério da
            Fazenda defende a redução para uma faixa entre zero e 2%.

            O presidente da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de
            Produtos Eletroeletrônicos), Paulo Saab, enviou carta ontem ao
            ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,
            Alcides Tápias, afirmando que a redução da alíquota do Imposto de
            Importação de bens de informática representa uma ameaça à [sic]
            desnacionalização do setor eletroeletrônico.

            Na carta, Saab pede uma audiência com urgência a Tápias e
            manifesta o "desconforto do setor em face das especulações e
            informações desencontradas e não-oficiais sobre os reais
            motivos que têm levado representantes do governo a agir numa
            direção que, certamente, trará prejuízos para a indústria
            instalada no país".

            "É um contra-senso o mesmo governo que patrocina o Fórum de
            Competitividade do setor querer, via redução do Imposto de
            Importação para os componentes, incentivar a entrada destes no
            país", diz Saab. "Isso é gerar empregos lá fora".

            O ministro do Desenvolvimento acha que a baixa tarifária poderá
            prejudicar a indústria nacional do setor.

Não dito
O rebaixamento das alíquotas de importação (aliada à ausência de um sistema financeiro) é certo de destruir o ramo de eletro-eltrônicos -- e não tem outro objetivo.

 
Questão
Poderia existir uma política econômica inequivocamente dirigida ao desenvolvimento do mercado interno, sob controle nacional, e desenvolvimento autóctone? 

(R.: Sim, tal política existe e é o exato oposto daquela praticada desde sempre no Brasil, e que fica particularmente exacerbada em períodos em que o potencial de efetivo desenvolvimento do Brasil se amplia -- como é o caso desde o abandono do II PND)


 
Contraponto
Setores-chave da estrutura produtiva (máquinas e setores de ponta) têm sido históricamente destruídos em nome da 'defesa do consumidor' ou do 'combate à inflação' (através do barateamento -- à curto prazo-- dos artigos de consumo fabricados com máquinas importadas baratas.

A real razão, alás, de alguma preocupação do governo com o ramo de eltro-eletrônicos é que o déficit do ramo na balança comercial é superior a 6 bilhões de dólares -- isto numa hora que o país, isto é, seus 'governantes', pretendem mandar US$ 75 bilhões para fora a título de pagamentos de serviço da dívida (juros e amortização), remessa de lucros e pagamentos por 'serviços' (essencialmente fretes e resseguros). É a 'restrição externa' defendendo a indústria nacional...

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  Leitura: "Acumulação entravada"
. Indice DnD