Política econômica
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Indice Um quadro de referência

.Os anos FHC
.Governo irritado
.Alca: olho neles (R Ricupero)
.A Alca e o mito do isolamento (pnbjr)
.Vocação agrícola, 2002
.Alca e vocação colonial (pnbjr)
.China: uma aula de política científica e industrial
.Privatização impopular
.Energia emergencial pode custar até R$ 16 bilhões
.'Banco estrangeiro lucra mais no Brasil'
.Aço, Alca e hipocrisia
.Protecionismo às avessas
.Entreguismo FHC
.Argentina: 'consistência macroeconômica'?
.Imposto de renda progressivo?
.Especulação e o governo
.Investimento em saneamento desaba
.Uma aula prática de política econômica (pnbjr)
."Gasobesteirol..." (Rogério Cerqueira Leite)
.Previsão ou política deliberada?
.Política industrial
.Inépcia do governo? (Paulo Nogueira Batista Jr) 
."Não é possível transferir todo ano 4% do PIB" (João Sayad)
ec-bra, 2.9.13
A economia brasileira

A economia brasileira, desde o abandono do II PND --II Plano Nacional de Desenvolvimento-- em 1976, está 'em ponto de bala'. Faz parte de um reduzido grupo de países, com a China e a Índia, que, num contexto de recessão e crise da economia mundial, tem um potencial de crescimento médio em torno de 5% ao ano, durante um período prolongado, da ordem de 10 a 20 anos.

As consequências de tal crescimento são difíceis de imaginar. Mas pode-se fazer uma idéia lembrando que nesse período o PIB quase duplicaria na primeira para US$9000 e triplicaria até ao final da segunda década alcançando uns US$ 15 000. Os efeitos sobre a renda da população de renda baixa seriam ainda mais dramáticos, dado que tal desenvolvimento implicaria necessàriamente uma concentração de renda menor, vale dizer, alguma medida de redistribuição de renda, a permitir a necessária elevação do nível de reprodução da força de trabalho, assim como o escoamento dos bens de consumo produzidos.
Assim, se o Brasil não toma esse caminho do crescimento/ desenvolvimento, é porque algo o impede. Tal impedimento pode ser imposta por forças externas ao país, ou pelo contrário, originar-se na própria formação social brasileira.
O que se propõe aqui é que as razões da perpetuação do não-desenvolvimento são internas à sociedade brasileira. Que nessa se dá um processo de reprodução autônoma da formação social de origem colonial, a sociedade de elite. A base de sustentação dessa sociedade é a manutenção, como nos tempos coloniais, da expatriação de uma porção do excedente produzido por ela, e que de fato essa expatriação é o próprio princípio e força motriz da organização da produção e da sociedade, em um processo que podemos chamar de acumulação entravada ou simplesmente, desenvolvimento entravado. Acumulação entravada no Brasil
Os entraves

Entre os principais meios de manutenção dos entraves ao desenvolvimento estão: 

  1. Sistema financeiro: ausência de crédito e juros altos
  2. Fragmentação deliberada e precariedade crônica das infraestruturas espaciais ou da produção.
  3. A produção nacional necessária pela restrição da balança de pagamentos será restrito ao bens de consumo. O progresso técnico, que se dá (~ria) nos ramos de máquinas, fica assim eliminado mesmo com o aumento do volume de produção.
  4. Se alguns 'setores-chave' são ainda assim necessários para o apoio da produção de bens de consumo, estes serão delagados ao Estado ou ao capital estrangeiro, impedindo, em ambos os casos, o desenvolvimento de forças sociais internas com interesses vinculados ao desenvolvimento e notadamente, a transformação da elite em burguesia.
  5. Os meios de reprodução dos entraves serão apresentados como sendo resultado de atrazo ou de dominação --qualquer força externa contra a qual seria impensável a sociedade brasileira se rebelar, formando a ideologia do subdesenvolvimento, dependência ou globalização.
 

A questão política

Não pode haver 'consenso' entre entreguistas (advogados da 'vocação agrícola', neo-liberais, monetaristas etc) e nacionalistas (desenvolvimentistas, 'protecionistas' etc.), uma vez que os primeiros trabalham (conscientemente ou não) a favor, e os segundos, contra, a reprodução da sociedade brasileira em sua forma atual. Participam assim do próprio antagonismo fundamental que move as transformações sociais.

O posicionamento político e a avaliação das políticas econômicas praticadas e propostas, podem ser instrumentadas por esse quadro referencial que permite avaliar seu efeito como sendo a favor ou contra a manutenção do status quo, vale dizer, dos entraves ao desenvolvimento nacional.

A tarefa de detectar as correntes de forças políticas é tão difícil quanto necessária. Como dizia Lênin, "o verdadeiro homem político ouve até a grama crescer".

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