....2002.5.22// 3.5.31
Política econômica | Internacional 
.
 
.Desnacionalização da indústria
.Carga tributária
Correlatos
.
.Alca: olho neles
.Alca e o mito do isolamento (pnbjr)
.Alca e vocação colonial
.Vocação agrícola, 2002
.Só a perder com a Alca
Pobre óbvio.Pobre óbvio
oOs anos FHC
Entreguismo
Folha de S Paulo,  2002.2.1 A1,B1

Venda do Brasil
Desnacionalização da indústria

De 1991 a 1999, a participação do faturamento das firmas estrangeiras aumentou de 36% nas 350 maiores indústrias, para 54% (estatais: 21->13%).

Nos setores de ponta (difusores de tecnologia"), esses valores são 60% para 87% (estatais .8->0%); na infraestrutura: 21 para 33% (estatais 42->26); na indústria 'tradicional' (de consumo), 37->49 (estatais: )->0).(*)
 

a b

c d


Serviços: 9%->26% 
a b

C
 
A recessão provocada pelo aperto de crédito, combinada com o debilitação da indústria nacional através da supervalorização do real -- tudo em nome da estabilização da moeda-- desvalorizaram as empresas nacionais que assim viraram presa fácil ao capital estrangeiro. Para quem não percebesse, o diretor do Banco Central (nosso) chamava atenção:
Os ativos brasileiros estão agora tão desvalorizados que sua compra se torna vantajosa para firmas estrangeiras
1994-5 Gustavo Franco
Como se vê nos gráficos acima, a operação tem precisão de bisturi e visa prioritáriamente os setores-chave da economia (como a indústria de tecnologia de ponta). Nada novo; apenas a ilustração do porque da 'atrofia crônica' do Departamento I [dos meios de produção]

"O estrangeiro veio para o Brasil para participar da privatização e da compra de empresas nacionais, que estavam estranguladas financeiramente." Julio S G de Almeida, diretor-executivo do Iedi


(*) Instituto de Economia da UFRJ; in FolhaS Paulo, 2.2.10: A1;B1


Mais tarde, o lamento do presidente:
Presidente diz, no Uruguai, que setrores financeiros querem calote
Para FHC, Brasil sofre "asfixia" dos mercados
"alguns setores financeiros insistem em que não paguemos, asfixiando-nos para que não possamos pagar", em discurso ante a Assembléia Geral do Uruguai."
(FolhaSP,2.8.21:A1)

Farmacéutica
Editorial Folha de SP,  18 de janeiro de 2003
( O ministro da saúde, Humberto Costa, vem afirmando que, para controlar o preço dos medicamentos, pretende mampliar a produção dos laboratórios estatais, hoje em torno de 3% do consumo nacional.)
(...)
No Brasil, a indústria nacional de medicamentos caminhou para trás. Hoje, praticamente tudo é importado. Mesmo os laboratórios nacioonais que produzem genéricos trazem do exterior o fármaco, limitando-se a transformá-lo em pílulas. ...(E)xiste aí um importante ralo de dólares. E o Brasil pode, com um investimento modesto, voltar a fabricar, por meio de laboratórios oficiais e privados, algumas das drogas mais relevantes para a saúde pública.
 


São Paulo, domingo, 05 de janeiro de 2003
LIÇÕES CONTEMPORÂNEAS 

Os riscos da travessia 

LUIZ GONZAGA BELLUZZO 

Nos oito anos de "política modernizadora", o governo FHC procurou executar diligentemente a agenda reformista do regime dólar-Wall Street: abertura financeira, desregulamentação, privatizações e flexibilização dos mercados de trabalho.

Durante os dois mandatos, nossos ouvidos foram emprenhados pela retórica do "Novo Renascimento", pelas teorias "neobobas" da integração competitiva e por tolices sobre as virtudes da taxa de câmbio valorizada. Essa mixórdia ideológica e pseudocientífica era supostamente portadora de estímulos aos ganhos de produtividade e de bem-estar. Mas, na vida real, teve apenas um propósito: armar outro ciclo de endividamento externo e de enriquecimento rápido da piranhagem daqui e de fora. No momento azado, escapuliram com a grana.

Dessa vez, os bons de bico -nacionais e estrangeiros- não levaram apenas o dinheiro e as jóias da casa, como fizeram na crise cambial dos anos 80. Carregaram os móveis, arrancaram as pias, as banheiras e a louça sanitária. Depois de tais peripécias, ainda têm a cara-de-pau de reivindicar a posição de guardiões da estabilidade e das boas políticas, enquanto mandam a conta do desemprego e da queda dos salários para os que moram nos fundos e nos porões.

(...)

O último grito nos laboratórios da sabedoria financeira nativa é a adoção progressiva da conversibilidade do real com taxas flutuantes. Os que advogam tal providência são adeptos da idéia de que, no mundo das finanças internacionais, todos os gatos são pardos: não parecem levar em conta que o sistema monetário global é constituído por uma hierarquia de moedas, umas mais "líquidas" do que outras. É improvável, por exemplo, que um exportador alemão e um importador japonês escolham o real como moeda de transação nos seus negócios ou que, no mercado de Nova York, surjam investidores ansiosos para adquirir títulos de dívida denominados em reais.

Pois a razão maior do fracasso econômico de FHC foi não ter -vamos ser generosos- compreendido as armadilhas da abertura financeira. Daí nasceu uma economia sem instrumentos de governança, sem liberdade de utilizar instrumentos fiscais e monetários compatíveis com o crescimento e incapaz de engendrar estratégias de longo prazo.

... O processo de privatização teria sido uma boa oportunidade para reestruturar e centralizar o capital nacional, colocando a grande empresa brasileira num nível intermediário de competitividade, com chances de avançar para patamares mais elevados. Imagino que alguns dos responsáveis pelo programa de transferência de ativos públicos para o controle privado tenham pensado nisso. Foram atropelados pelas consequências de um regime cambial absurdo e pelas idéias toscas sobre a globalização, duas pérolas do ex-presidente.


DESABAFO

JOSEPH COURI
Presidente do Simpi (Sindicato de pequenas e médias empresas)

Os patamares de juros aplicados hoje no Brasil só são viáveis para quem produz e vende cocaína. O único jeito de termos mais emprego e produção é com crescimento do mercado interno, aumento do poder aquisitivo. Estamos esquecendo nosso mercado interno, o que é um crime.

Folha de S Paulo, 3.5.31:B5
.Política econômica
.Acumulação entravada no Brasil

 
.

 

Manchetes
Folha de S Paulo,  2002.5.22 B2


ANOS DE REFORMA (sic)
Capital externo não expandiu a capaciadade produtiva ou exportadora
Múltis crescem 146% na década liberal
2.2.10


 
.

 
.

 

.Topo
Política econômica | Internacional