Folha de S Paulo,
01.11.1:B-1
OPINIÃO ECONÔMICA
Paulo Nogueira Batista Jr
"Sei que nada sei", dizia Sócrates. ...
Os economistas bem que poderiam adotar como lema essa célebre máxima
socrática. Particularmente aqueles que conceberam, divulgaram ou
implementaram as diretrizes do chamado Consenso de Washington.
A Argentina, ex-aluna dileta do Consenso e atual
desastre. ...
Vamos abordar o mesmo tema de outro ângulo.
Poucas economias importantes continuam crescendo a taxas expressivas em
2001;
entre elas [estão] a China e a Índia. ... Nos anos 90,
(ambas) cresceram rapidamente e de forma sustentada. Entre 1997
e 2000, o PIB real da China aumentou
quase 8% ao ano, e o FMI estima
que crescerá cerca de
7,5% em 2001,
apesar da evolução adversa do quadro mundial. A taxa de inflação
(preços ao consumidor) está próxima de zero.
Na Índia, (na) avaliação
do próprio FMI: "A economia se recuperou fortemente
da crise de balanço de pagamentos de 1991 e
--apesar da crise da Ásia, das sanções internacionais
que se seguiram aos testes atômicos em 1998, de vários desastres
naturais e de um choque do petróleo-- o crescimento foi de quase
6,5%
em média na segunda metade da década de 90"
("IMF Concludes
2001 Article
IV
Consultation with India", 14 de agosto de 2001,
www.imf.org).
No passado mais recente, ocorreu alguma desaceleração da
economia indiana, mas a taxa de crescimento continua acima de 4%
ao ano.