
Figura
5.1* Obsolescência do processo individual de produção.-
Com a queda do preço de mercado segundo a aumento da
produtividade do trabalho Ot, cai o retorno R de um processo de
produção individual (a
em cima), e consequentemente também a taxa de retorno sobre seu
capital circulante (b em
baixo). Quando essa última cai abaixo da taxa de lucro presumido
p, a técnica (de produção) se torna obsoleta e
deve ser substituída. Nesse momento , o respectivo capital fixo
é completamente desvalorizado
(a área mais escura no
diagrama (a) é a
contribuição do capital fixo no retorno total R).
Fonte: Figura e legenda de
Deák (1985) : 139.
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Capital fixo e
substituição das técnicas
A única
distinção essencial em seu capital que se impõe ao
capitalista é aquela entre capital fixo e capital circulante.
Engels, em Capital III, 1895
Um processo
individual de produção utiliza meios de
produção como maquinário e
edificações que duram mais de um período de
produção (por exemplo, um ano) constituindo o capital fixo,
cujo preço retorna gradativamente (é amortizado) durante
o período de sua vida útil (por exemplo, um décimo
do investimento cada ano durante dez anos) e outros, como força
de trabalho e matéria-prima, cujo preço retorna ao fim de
cada
período de produção, constituindo o capital
circulante.
Uma técnica de produção nada mais é do que
uma particular combinação dos diversos meios e materiais
de produção. Um processo individual de
produção novo
determinará o uso de cada meio na
combinação de acordo com a melhor técnica, sendo essa
a mais produtiva (que resulta no menor preço de
produção).
***
O
processo individual de
produção: capital fixo e circulante
A escolha da 'melhor técnica', determina
a proporção de capital fixo e circulante; o retorno sobre
o capital fixo deve se dar durante sua 'vida útil"; seu desgaste
físico pode não coincidir com sua obsolescência
técnica;
Progresso técnico:
o aumento da produtividade leva a uma queda dos
preços, que por sua vez acarreta uma queda do retorno sobre as
técnicas
já implantadas (velhas);
Retorno sobre capital novo: taxa de retorno sobre o capital
circulante
"O passado
é para
sempre passado e toda vez recomeçamos do zero..."
Marshall
Obsolescência:
a
taxa de retorno r cai
abaixo da taxa média de lucro (presumido:
Keynes)
Substituição da
técnica velha -- obsoleta.
***
Discussão: observar a diferença com o conceito Ricardiano
de marginalismo/ equilíbrio (que
nunca se
concretiza), à base também da teoria de renda. Devido ao progresso
técnico, uma técnica de produção
começa tornar-se obsoleto no dia de sua
implantação (uma técnica nova já seria
diferente no dia seguinte). Supor a constante
substituição das técnicas de
produção pela melhor ténica do dia
--alcançando-se sempre novos 'equilíbrios'--, como faz o marginalismo, é ignorar a
presença do capital fixo e a decorrente rigidez do capital e da
própria técnica de produção.
Bibliografia
Deák
(1985) Rent theory and the price of urban land/
Spatial organization in a capitalist economy PhD Thesis,
University of Cambridge, Cambridge, especialmente "Chap.5 Fixed capital
and the transformation of the production process"
Engels, Friedrich (1895)
Nota inserida in
Marx, Karl Captial III
(editado por Engels), Lawrence & Wishart, London, 1954, p.75.
cd,5.6.14
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