
Carta do mundo de
1694, Anônimo
A
partir
de seu nascedouro na Inglaterra, o capitalismo se espalhou pelo
mundo eliminando todos os demais modos de produção.

Menos de 100 anos depois,

Intervenção
do Estado: 1880-1985, paises selecionados-
Participação
do Estado na economia: proporção dos gastos
governamentais
no produto nacional - PIB .
Fonte:
World Bank, World Development Report 1991, Washington
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Capitalismo
A sociedade
capitalista foi gestada
em meio à dissolução da ordem feudal,
particularmente na Inglaterra e o noroeste europeu mais desenvolvido
(nos demais países a dissolução do feudalismo deu
lugar a estados absolutistas,
onde as revoluções burguesas adviriam quase dois
séculos depois da inglesa, de 1640-60). O enfraquecimento da
relação de servidão e da renda como relação de
produção predominante, e a concomitante expansão
da produção de mercadorias acabou por quebrar o
isolamento dos feudos e levou à formação de um mercado unificado dentro do
arcabouço institucional do Estado-nação
burguês. Inicialmente
as utopias construídas a
partir da idéia de
abolição
da servidão preconizavam uma sociedade organizada sob a
égide
do interesse coletivo, de cunho socialista. No entanto, as revoltas
populares
inspiradas nessa idéia foram derrotadas (das guerras camponesas
européias à liquidação dos Levellers na
Inglaterra)
e acabou se implantando um processo diametralmente oposto: a
eliminação
das terras comunais através dos cercamentos e sua
transformação
em propriedade com o consequente assalariamento dos
trabalhadores, que veio a ser a nova
relação de produção predominante.
Dialética do E^e do mercado
A generalização
da
forma-mercadoria
é a tendência fundamental e força motor do
capitalismo, procurando produzir
sempre
mais valores de uso
enquanto valores de
troca na forma de mercadorias mediante trabalho assalariado. Os estágios de desenvolvimento
se definem precisamente de acordo com as condições em que
tal tendência pode se concretizar. Nos primórdios do
capitalismo, em seu estágio
extensivo, a expansão da produção de
mercadorias se dá primordialmente pela extensão do assalariamento
às relações pré-capitalistas: servos,
produção para subsistência, produtores
independentes, acrescida do efeito do aumento da produtividade.
A
regulação do capitalismo se dá por uma
relação dialética
do mercado, que através dos
preços regula a quantidade e as técnicas de
produção de mercadorias
e a intervenção
necessária ainda que antagônica do Estado que assegura as condições
institucionais e a infraestrutura para o
funcionamento da produçào de mercadorias e em
última análise, da reprodução da sociedade
capitalista.
A
construção da ideologia
liberal
Além da coerção e a violência, a sociedade
capitalista lança mão de uma ideologia destinada a
conseguir a dominação consentida da burguesia sobre
as
classes subalternas. As sociedades anteriores inscreviam as
relações de classe em sua constituição; a
sociedade burguesa as escamoteia atrás das idéias do 'bem
comum' (Commonwealth),
interesse coletivo, liberdade e igualdade (apoiada na igualdade formal)
entre os indivíduos da sociedade que então são
induzidos ao comportamento racional. A forma
política precípua da sociedade burguesa é a democracia, que em épocas de
crise e fallhas no domínio da ideologia pode se transformar em
ditadura.
Crise e neoliberalsim♦
Capitalismo
no
Brasil
A base material da
reprodução da sociedade brasileira é capitalista,
na medida em que a partir de 1850 (Lei
das
Terras; suspensão do tráfico negreiro) o
trabalho assalariado torna-se predo○miinante e generalizado. O
princípio da acumulação fica no entanto
subordinado ao princípio da expatriacão, resultando em acumulação
entravada
e perpetuando o padrão de expatriação de
excedente, coondição da
reprodução da sociedade
de
elite de
extração colonial.
Bibliografia
Marx,
Karl (1867) "A chamada acumulação primitiva" Capital I
Smith, Adam (1776) The wealth of
nations
Keynes, John M (1936) A teoria geral do emprego, juros e dinheiro
Macmillan, London
Aglietta, Michel (1976) Régulation
et
crises du capitalisme
esp. "Introduction: Le besoin d'une théorie de
régulation capitaliste" Calmann-Lévy, Paris
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