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Capitalismo em revisão


Versão preliminar 4.9.11
Rev. 5.5.24; 7.9.30; 10.5.5; 22.7.29

Conexões

Gênese do capitalismo | Estado absolutista | Estágios de desenvolvimento | Estado e mercado | Salário | Capital | Totalidade | Técnica de produção | Ideologia | Democracia | Marx | Bonapartismo | Planejamento | Urbanização | Acumulação entravada




capital/ cd, 4.9.11



Carta do mundo de 1694, Anônimo
 
A partir de seu nascedouro na Inglaterra, o capitalismo se espalhou pelo mundo eliminando todos os demais modos de produção.


Menos de 100 anos depois,


  Intervenção do Estado: 1880-1985, paises selecionados- Participação do Estado na economia: proporção dos gastos governamentais no produto nacional - PIB .
Fonte: World Bank, World Development Report 1991, Washington
Capitalismo

A sociedade capitalista foi gestada em meio à dissolução da ordem feudal, particularmente na Inglaterra e o noroeste europeu mais desenvolvido (nos demais países a dissolução do feudalismo deu lugar a estados absolutistas, onde as revoluções burguesas adviriam quase dois séculos depois da inglesa, de 1640-60). O enfraquecimento da relação de servidão e  da renda como relação de produção predominante, e a concomitante expansão da produção de mercadorias acabou por quebrar o isolamento dos feudos e levou à formação de um mercado unificado dentro do arcabouço institucional do Estado-nação burguês. Inicialmente as utopias construídas a partir da idéia de abolição da servidão preconizavam uma sociedade organizada sob a égide do interesse coletivo, de cunho socialista. No entanto, as revoltas populares inspiradas nessa idéia foram derrotadas (das guerras camponesas européias à liquidação dos Levellers na Inglaterra) e acabou se implantando um processo diametralmente oposto: a eliminação das terras comunais através dos cercamentos e sua transformação em propriedade com o consequente assalariamento dos trabalhadores, que veio a ser a nova relação de produção predominante.

Dialética do E^e do mercado

A generalização da forma-mercadoria é a tendência fundamental e força motor do capitalismo, procurando produzir sempre mais valores de uso  enquanto valores de troca na forma de mercadorias mediante trabalho assalariado. Os estágios de desenvolvimento se definem precisamente de acordo com as condições em que tal tendência pode se concretizar. Nos primórdios do capitalismo, em seu estágio extensivo, a expansão da produção de mercadorias se dá primordialmente pela extensão do assalariamento às relações pré-capitalistas: servos, produção para subsistência, produtores independentes, acrescida do efeito do aumento da produtividade.

A regulação do capitalismo se dá por uma relação dialética do mercado, que através dos preços regula a quantidade e as técnicas de produção de mercadorias e a intervenção necessária ainda que antagônica do Estado que assegura as condições institucionais e a infraestrutura para o funcionamento da produçào de mercadorias e em última análise, da reprodução da sociedade capitalista.

A construção da ideologia liberal
 
Além da coerção e a violência, a sociedade capitalista lança mão de uma
ideologia destinada a conseguir a dominação consentida da burguesia sobre as  classes subalternas. As sociedades anteriores inscreviam as relações de classe em sua constituição; a sociedade burguesa as escamoteia atrás das idéias do 'bem comum' (Commonwealth), interesse coletivo, liberdade e igualdade (apoiada na igualdade formal) entre os indivíduos da sociedade que então são induzidos ao comportamento racional. A forma política precípua da sociedade burguesa é a democracia, que em épocas de crise e fallhas no domínio da ideologia pode se transformar em ditadura.

Crise e neoliberalsim♦ 

Capitalismo no Brasil

A base material da reprodução da sociedade brasileira é capitalista, na medida em que a partir de 1850 (Lei das Terras; suspensão do tráfico negreiro) o trabalho assalariado torna-se predo○miinante e generalizado. O princípio da acumulação fica no entanto subordinado ao princípio da expatriacão, resultando em acumulação entravada e perpetuando  o padrão de expatriação de excedente, coondição da reprodução da sociedade de elite de extração colonial.


Bibliografia

Marx, Karl (1867) "A chamada acumulação primitiva" Capital I
Smith, Adam (1776) The wealth of nations
Keynes, John M (1936) A teoria geral do emprego, juros e dinheiro Macmillan, London
Aglietta, Michel (1976) Régulation et crises du capita
lisme esp. "Introduction:  Le besoin d'une théorie de régulation capitaliste" Calmann-Lévy, Paris


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