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Racionalismo
Racionalismo
é a corrente central no
pensamento liberal que
se ocupa em procurar, estabelecer e propor
caminhos para
alcançar determinados fins. Tais fins são postulados em
nome do interesse
coletivo (commonwealth),
base do do próprio liberalismo e que se torna assim, a base
também
do racionalismo. O racionalismo, por sua vez, fica à base do planejamento da
organização econômica e espacial da
reprodução social.
O postulado do interesse
coletivo elimina os
conflitos de interesses (de classe, entre uma classe e seus membros e
até de simples
grupos de interesse) existentes em uma sociedade, seja em nome do
princípio de
funcionamento do mercado, seja como princípio orientador da
ação do Estado.
Abre espaço para soluções racionais a ‘problemas’
econômicos (de alocação de
recursos) ou urbanos (de infraestrutura, da habitação, ou
do meio ambiente) com
base em soluções técnicas e eficazes.
Uma ideologia difere do mundo
concreto não
naquilo que afirma, senão no que cala (discurso lacunar) –
não nega, apenas escamoteia a existência conflitos na
sociedade.
Um ‘apelo à razão’ é um convite a esquecer a
existência de conflitos sociais.
Na sociedade brasileira o
superprivilegiamento da elite e
o constante entravamento do
desenvolvimento entra
em contradição flagrante com a a idéia do
interesse coletivo e o racionalismo
perde sua base material, originando também o caráter
incongruente da ideologia da elite.
Nessas condições se
gesta um derivado curioso do
interesse coletivo, a saber, o consenso.
Sendo fraca a figura do interesse coletivo, esse fica
substituído por seu
suposto resultado: o consenso –a
saber, entre os membros da elite ou entre seus representantes no
âmbito
político. O enfraquecimento da base do racionalismo se reflete
também no
planejamento e na ação do Estado, que adquire um
caráter errático e
não-explícito.
Referência
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