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Estado e mercado/ Mercado e Estado/ Dialética do ~


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.Conexões




estadoem/ cd, 4.10.24
  
O trabalho necessário (subsistência) e o excedente, separados no feudalismo, ficam unificados na forma-mercadoria.

Regulaçâo da produção pelo mercado: valores de troca, através do lucro, e o Estado: produção direta de valores de uso, através de planejamento.


A evolução dos gastos governamentais como proporção do PIB no  período 1880-1985 em países centrais selecionados ilustra a expansão do Estado no estágio de acumulação predominantemente intensiva.


...
O mercado e o Estado

O capitalismo foi gestado com a ampliação da produção dos valores de uso enquanto mercadorias, e é movido através de toda sua história pela tendência à generalização da forma-mercadoria, a máxima ampliação possível do âmbito da produção de mercadorias como proporção da produto da sociedade como um todo. 

No entanto, há limites à mercadorização da produção, o que impõe a presença e intervenção do Estado para assegurar a provisão dos valores de uso cuja produção não dá lucro --e assim serão produzidos por seu valor de troca-- mas são necessários à estrutura de produção social. Exatamente o que pode e o que não pode ser produzido enquanto mercadoria varia segundo estágios de desenvolvimento e até segundo conjunturas, mas as grandes áreas de intervenção do Estado são:

Intervenção’ do Estado 
  instituições (propriedade)
  coerção ('monopólio da violência')
  ideologia
  infraestrutura e produção do espaço
  regulação da produção ('econômica');indústrias nascentes
     e obsoletas

Dialética do mercado e do Estado: a intervenção do Estado visa assegurar a maior ampliação possível do mercado (fornecendo-lhe a necessária infraestrutura), mas assim fazendo, ao diretamente produzir valores de uso, acaba cerceando o âmbito do mercado. A tendência de generalização da forma-mercadoria acaba suscitando assim a contra-tendência e sua própria negação, que se materializa na intervenção do Estado. O mercado e o Estado formam assim uma dialética definida por sua relação antagônica com respeito à generalização da forma-mercadoria. A ação do Estado, ao produzir valores de uso, nega o mercado, ainda que lhe seja necessária. Quanto mais se desenvolve a produção de mercadorias, tanto mais se amplia a necessidade de intervenção do Estado. No estágio intensivo, em que a ampliação da produção de mercadorias fica essencialmente restrito ao aumento da produtivaidade do trabalho, o papel do Estado vai se ampliando a ponto de se tornar crítico por atrofiar a âmbito do mercado.

A crise: negação da negação. As políticas neoliberais perseguidas ao final dos anos 70 e no começo dos 80 por parte dos governos nacionais dos países centrais constituem precisamente uma tentativa (crescentemente desesperada) de 'remercadorização’ de suas economias. (O Estado capitalista tem que tentar isso, uma vez que assegurar as condições da produção de mercadorias é sua própria razão de ser, mesmo se, assim fazendo, Ihe escapa inteiramente o fato de que a negação da negação da forma-mercadoria não pode restabelecer essa última: privatização não é o mesmo que mercadorização.)


Referências

DEÁK, Csaba (1989) "O mercado e o Estado na organização espacial da produção capitalista" Espaço & Debates, 28:18-31

cd,4.10.24//5.5.23

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