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Estágio de desenvolvimento intensivo
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Criado 4.11.23
Revisão 5.5.31; 06.8.28
 Conexões
.Periodização.|.Social democracia.|.Crise do capitalismo.|.Acumulação entravada



estag-in/ cd, 4.11.23



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  Intervenção do Estado: 1880-1985, paises selecionados- Participação do Estado na economia: proporção dos gastos governamentais no produto nacional-PIB.
Fonte: World Bank, World Development Report 1991, Washington
Estágio de desenvolvimento intensivo

Uma periodização do capitalismo consiste em distinguir estágios de desenvolvimento segundo as condições em que se dá a reprodução da relação social predominante, a saber, o trabalho assalariado e a correspondente mercadorização da produção.

A sociedade capitalista foi gestada em meio à dissolução da ordem feudal. Em seu primeiro estágio de desenvolvimento, o assalariamento da força de trabalho, primeiro incipiente, foi se extendendo, mediante o paulatina eliminação das terras comunais ('cercamentos') e sua transformação em propriedade. Por isso esse estágio é denominado estágio extensivo.

Quando o estágio de desenvolvimento extensivo se esgota, não havendo mais espaço para a extensão da produção de mercadorias, o capitalismo entra em seu estágio intensivo. No estágio intensivo a expansão da produção de mercadorias se restringe ao aumento da produtividade do trabalho, que por sua vez depende do progresso das técnicas de produção e a elevação do nível de subsistência da força de trabalho, necessária para permitir a operação das técnicas de produção crescentemente complexas.

<Inglaterra 1820; Alemanha 1870; EEUU 1930, Br 1975>
<Condições urbanas; Estado de bem-Estar>
<Ideologia: social democracia>

<saturação: crescimento do Estado; crise>

O estágio intensivo se satura por sua vez com o desenvolvimento das técnicas de produção (e crescente automação), dando lugar a uma crise de superprodução, como a partir da exaustão do 'boom' da reconstrução pós-guerra, nos meados da década de 1960. Esse é o estágio contemporâneo, ou capitalismo tardio, provocando a reação neoliberal.

O estágio intensivo no Brasil

No Brasil, a exaustão do estágio extensivo* deu-se em meados da década de 1970, mas a transição ao estágio intensivo é problemática porque as taxas de excedente reduzidas do estágio intensivo não permitem sua divisão em um parcela expatriada e outra, acumulada, que é a base da reprodução social no Brasil, a acumulação entravada (Deák, 1991).

O impasse gerado pela exaustão do estágio extensivo sem a possibilidade de se efetuar a transição ao estágio intensivo sem a remoção dos entraves ao desenvolvimento e mantendo o status quo social, domina a história brasileira contemporânea e já levou a três 'décadas perdidas'.


*.Para os estágios de desenvolvimento do capitalismo no Brasil, cf. acumulação entravada.

Bibliografia

Aglietta, Michel (1976) Une théorie de la regulation du capitalisme Maspéro, Paris 
Deák, Csaba (1991) "Acumulação entravada no Brasil/ E a crise dos anos 80" Espaço & Debates 32:32-46

cd, 4.11.23


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