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Intervenção
do Estado: 1880-1985, paises selecionados-
Participação
do Estado na economia: proporção dos gastos
governamentais
no produto nacional-PIB.
Fonte:
World Bank, World Development Report 1991, Washington |
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Estágio
de desenvolvimento intensivo
Uma
periodização do
capitalismo consiste em distinguir estágios
de
desenvolvimento
segundo as condições em que se dá a
reprodução
da relação social predominante, a saber, o trabalho
assalariado
e a correspondente mercadorização da
produção.
A sociedade
capitalista foi gestada
em meio à dissolução da ordem feudal. Em seu
primeiro
estágio de desenvolvimento, o assalariamento da força de
trabalho, primeiro incipiente, foi se extendendo, mediante o
paulatina
eliminação das terras comunais ('cercamentos') e sua
transformação
em propriedade. Por isso esse estágio é denominado estágio
extensivo.
Quando o
estágio de desenvolvimento
extensivo se esgota, não havendo mais espaço para a
extensão
da produção de mercadorias, o capitalismo entra em seu estágio
intensivo. No estágio intensivo a expansão da
produção
de mercadorias se restringe ao aumento da produtividade do trabalho,
que
por sua vez depende do progresso das técnicas de
produção
e a elevação do nível de subsistência da
força de trabalho, necessária para permitir a
operação
das técnicas de produção crescentemente complexas.
<Inglaterra
1820; Alemanha 1870;
EEUU 1930, Br 1975>
<Condições
urbanas;
Estado de bem-Estar>
<Ideologia: social democracia>
<saturação:
crescimento
do Estado; crise>
O estágio
intensivo se satura
por sua vez com o desenvolvimento das técnicas de
produção
(e crescente automação), dando lugar a uma crise de
superprodução,
como a partir da exaustão do 'boom' da
reconstrução
pós-guerra, nos meados da década de 1960. Esse é o
estágio contemporâneo, ou capitalismo tardio,
provocando a reação neoliberal.
O
estágio
intensivo no Brasil
No Brasil, a
exaustão do estágio
extensivo* deu-se em meados da década de 1970, mas a
transição
ao estágio intensivo é problemática porque as
taxas
de excedente reduzidas do estágio intensivo não permitem
sua divisão em um parcela expatriada e outra, acumulada, que
é
a base da reprodução social no Brasil, a acumulação
entravada
(Deák, 1991).
O impasse gerado
pela exaustão
do estágio extensivo sem a possibilidade de se efetuar a
transição
ao estágio intensivo sem a remoção dos
entraves
ao desenvolvimento e mantendo o status quo social, domina a
história
brasileira contemporânea e já levou a três
'décadas
perdidas'.
*.Para
os estágios de desenvolvimento do capitalismo no Brasil, cf. acumulação
entravada.
Bibliografia
Aglietta, Michel
(1976) Une théorie
de la regulation du capitalisme Maspéro, Paris
Deák,
Csaba (1991) "Acumulação
entravada no Brasil/ E a crise
dos
anos 80" Espaço & Debates 32:32-46
cd, 4.11.23
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