.Verbetes
 

Estágios de desenvolvimento capitalista


Versão preliminar 3.5.27
Revisão 4.6.9/8.3; 6.3.15, 08.4.18
.Conexões
.Periodização.| Gênese do capitalismo |.Estágio extensivo | Estágio intensivo | Crise do capitalismo.|.Ideologia | Bonapartismo |.Acumulação entravada..



estag-dv/ cd, 3.5.27






Estágios de desenvolvimento capitalista

Uma periodização de um modo de produção consiste em distinguir estágios de desenvolvimento segundo as condições em que se dá a reprodução da relação social predominante, no caso do capitalismo, o trabalho assalariado e a correspondente mercadorização da produção.

A sociedade capitalista foi gestada em meio à dissolução da ordem feudal. Em seu primeiro estágio de desenvolvimento, o assalariamento da força de trabalho, primeiro incipiente, foi se extendendo, mediante o paulatina eliminação das terras comunais ('cercamentos') e sua transformação em propriedade. Por isso esse estágio é denominado estágio extensivo. O estágio (de acumulação predominantemente) extensivo se caracteriza por rápido crescimento da produção de mercadorias movido pela taxa de excedente do trabalho assalariado, mais o ritmo de extensão da relação salário em detrimento às relações precapitalistas de produção: servidão, trabalhadores livres, produtores independentes, produção para a subsistência. 

Quando o estágio de desenvolvimento extensivo se esgota, não havendo mais espaço para a extensão da produção de mercadorias, o capitalismo entra em seu estágio intensivo. No estágio intensivo a expansão da produção de mercadorias se restringe ao aumento da produtividade do trabalho, que por sua vez depende do progresso das técnicas de produção.

O estágio intensivo se satura por sua vez com o desenvolvimento das técnicas de produção (e crescente automação), dando lugar a uma crise de superprodução, como a partir da exaustão do 'boom' da reconstrução pós-guerra, nos meados da década de 1960. Esse é o estágio contemporâneo, ou capitalismo tardio (Mandel). Suas características fundamentais são a desindustrialização decorrente da automação e o adiamento de uma recessão similar à crise de 1929 com base em endividamento externo (Estados Unidos) e interno (dívidas nacionais de todos os países), procedimento insustentável a longo prazo. 

A crise do capitalismo desemboca, na verdade, em uma crise de amplitude maior ainda: tornou-se insustentável também a manutenção do simples crescimento do consumo (e evidentemente, da produção) pela exaustão dos recursos naturais, o que coloca em xeque já não sòmente o capitalismo, senão a própria reprodução ampliada.

As formas ideológicas correspondentes aos três estágios são liberalismo, social-democracia e neoliberalismo, respectivamente.


Os estágios de desenvolvimento do capitalismo no Brasil 
Polêmica Outras periodizações do capitalismo ( a polêmica). 
 

Bibliografia

Aglietta, Michel (1976) Régulation et crises du capitalism Maspéro, Paris; A theory of capitalist regulation New Left Books, London, 1979  
Mandel, Ernst (1972) Late capitalism Verso, London, 1978
Ricardo, David (1817) Principles of Political economy Dent & Dutton, London

cd,3.3.27; 6.3.15                                                                    


.Topo
back.Indice Verbetes