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infraestrutura  em construção


Versão inicial 611.20
Revisão 2011.2.21; 13.6.16
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infraestr/ cd, 6.11.20










 

Intervenção do Estado: 1880-1985, paises selecionados- Participação do Estado na economia: proporção dos gastos governamentais no produto nacional-PIB.

  

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infraestrutura

Em seu sentido mais amplo, infraestrutura é tudo que é necessário à reprodução da sociedade no capitalismo e que não pode ser produzido enquanto mercadoria --por seu valor de troca, por não dar lucro--, vale dizer, cuja produção o mercado não pode regular e cuja provisão assim tem de ser assumida pelo Estado, na forma de produção direta de valores de uso.1

Há limites à mercadorização da produção, o que impõe a presença e intervenção do Estado. Exatamente o que pode e o que não pode ser produzido enquanto mercadoria varia segundo estágios de desenvolvimento e até segundo conjunturas, mas as grandes áreas de intervenção do Estado são:

Intervenção’ do Estado 
  instituições (propriedade)
  coerção ('monopólio da violência')
  ideologia
  infraestrutura e produção do espaço
  indústrias nascentes e obsoletas 

Infraestrutura física: espaço (produção do ~)

                                            ***

Dialética do mercado e do Estado: a intervenção do Estado visa assegurar a maior ampliação possível do mercado (fornecendo-lhe a necessária infraestrutura), mas assim fazendo, ao diretamente produzir valores de uso, acaba cerceando o âmbito do mercado. A tendência de generalização da forma-mercadoria acaba suscitando assim a contra-tendência e sua própria negação, que se materializa na intervenção do Estado. O mercado e o Estado formam assim uma dialética definida por sua relação antagônica com respeito à generalização da forma-mercadoria. A ação do Estado, ao produzir valores de uso, nega o mercado, ainda que lhe seja necessária. Quanto mais se desenvolve a produção de mercadorias, tanto mais se amplia a necessidade de intervenção do Estado. No estágio intensivo, em que a ampliação da produção de mercadorias fica essencialmente restrito ao aumento da produtivaidade do trabalho, o papel do Estado vai se ampliando a ponto de se tornar crítico por atrofiar a âmbito do mercado.

Privatização

Negaçâo da negação (da forma-mercadoria).

Privatização é é devolver ao capital privado a produção de um valor de uso que não dá lucro (infraestrutura). Uma vez que capitais individuais não podem produzir a não ser com lucro, a privatização, para se viabilizar, inclui a concessão/ asseguramento, por parte do Estado, de subsídios, monopólio e/ou outros beneficios fiscais ou tributários explícitos ou implícitos.

A crise: a IE acaba ficando no fulcro da questão do restabelecimento da primazia do mercado. No entanto, estamos apenas na presença da negação da negação. As políticas neoliberais perseguidas ao final dos anos 70 e no começo dos 80 por parte dos governos nacionais dos países centrais constituem precisamente uma tentativa (crescentemente desesperada) de 'remercadorização’ de suas economias.

(O Estado capitalista tem que tentar isso, uma vez que assegurar as condições da produção de mercadorias é sua própria razão de ser, mesmo se, assim fazendo, lhe escapa inteiramente o fato de que a negação da negação da forma-mercadoria não pode restabelecer essa última: privatização não é o mesmo que mercadorização.)" Deák 1985:   ..

As políticas neoliberais (de privatização etc) tem levado apenas à precarização e/ou perda de universalidade das infraestruturas.


Nota
1  Provendo o que Marx chamou de condições gerais da produção, que para ele era produção de mercadorias.

Referências

DEÁK, Csaba (1989) "O mercado e o Estado na organização espacial da produção capitalista" Espaço & Debates, 28:18-31

cd,4.10.24//5.5.23

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