Brasil,
1991-99:
Distribuição do capital na
indústria segundo
titularidade. A
desnacionalização da
indústria foi aprofundado no período, com a
participação do capital estrangeiro
passando de 36% a 53,5%
para o total da indústria e ainda mais na indústria de
ponta, onde a
mesma participação passou de 60%
em 1991 a 87%
em 1999.
Fonte
de dados brutos:ROCHA,
Frederico & KUPFER, David (2002) “Structural
changes and specialization in Brazilian industry: the evolution of
leading companies and the M&A process” The Developing
Economies,
XL-4 (December 2002): 497–521, Table V,
p.506.
Autores,
do
Instituto
de
Economia
da
UFRJ; Reportado
na Folha SPaulo,
2002.2.10: A1;B1
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Entreguismo
Um dos instrumentos de
reprodução da sociedade de elite e de
manutenção da acumulação
entravada.
Consiste na desnacionalização sistemática da
indústria, mas especialmente de
setores-chave da indústria de produção, entre os
ramos mais dinâmicos --como foi o caso do transporte
ferroviário no século XIX e a indústria
automobilística no século XX-- e os ramos de
maquinário e de alta tecnologia --eletro-eletrônica,
informática e telecomunicações--, entregando o controle dos mesmos a
capitais estrangeiros. A remessa de lucros decorrente constitui uma das
parcelas da expatriação
de excedente, ao passo que a delegação
do
controle
dos
setores-chave
impede
a
formação
de
forças
internas
a
favor
da
supressão
dos
entraves
ao desenvolvimento e a subversão
da
reprodução
do
status
quo.
Entreguismo é uma característica estrutural da sociedade
de elite
mas sua intensidade pode passar por variações
conjunturais (um perído particularmente marcado pelo entreguismo
foi o que seguiu o impeachment de Collor -- ver figura ao lado).
A idéia de entreguismo participa da ideologia da elite, encoberta e/
ou justificado por algum pseudoconceito ou falácia.
Tradicionalmente tem se propalado em nome de falas como 'vocação
agricola'
ou
necessidade
de
progresso
técnico
mediante
'incorporação
de tecnologia' estrangeira; a partir da
década de 1980 tais justificativas têm sido
gradualmente substituídas por alguma explicação
ligada
à
globalização.
Dentro da mesma ideologia, os críticos do entreguismo
serão tachados de partidários de um nacionalismo
(provinciano) ou de desenvolvimentismo (populista ou utópico).
Bibliografia
LUZ,
Nícia Vilela (1961)
A luta pela
industrialização do Brasil Alfa-Omega,
São Paulo
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