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Entreguismo

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Revisão 06.12.19
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.Acumulação entravada | Ideologia | Ideologia da elite | Globalização 



entrguismo/ cd, 5.7.15



Brasil, 1991-99: Distribuição do capital na indústria segundo titularidade.  A desnacionalização da indústria foi aprofundado no período, com a participação do capital estrangeiro passando de 36% a 53,5% para o total da indústria e ainda mais na indústria de ponta, onde a mesma participação passou de 60% em 1991 a 87% em 1999.

Fonte de dados brutos:ROCHA, Frederico & KUPFER, David (2002) “Structural changes and specialization in Brazilian industry: the evolution of leading companies and the M&A process” The Developing Economies, XL-4 (December 2002): 497–521, Table V, p.506.

Autores, do Instituto de Economia da UFRJ; Reportado na Folha SPaulo, 2002.2.10: A1;B1



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Entreguismo

Um dos instrumentos de reprodução da sociedade de elite e de manutenção da acumulação entravada.

Consiste na desnacionalização sistemática da indústria, mas especialmente de setores-chave da indústria de produção, entre os ramos mais dinâmicos --como foi o caso do transporte ferroviário no século XIX e a indústria automobilística no século XX-- e os ramos de maquinário e de alta tecnologia --eletro-eletrônica, informática e telecomunicações--, entregando o controle dos mesmos a capitais estrangeiros. A remessa de lucros decorrente constitui uma das parcelas da expatriação de excedente, ao passo que a delega
ção do controle dos setores-chave impede a formação  de forças internas a favor da supressão dos entraves ao desenvolvimento e a subversão da reprodução do status quo.

Entreguismo é uma característica estrutural da sociedade de elite mas sua intensidade pode passar por variações conjunturais (um perído particularmente marcado pelo entreguismo foi o que seguiu o impeachment de Collor -- ver figura ao lado).

A idéia de entreguismo participa da ideologia da elite, encoberta e/ ou justificado por algum pseudoconceito ou falácia. Tradicionalmente tem se propalado em nome de falas como 'voca
ção agricola' ou necessidade de progresso técnico mediante 'incorporação de tecnologia' estrangeira; a partir da década de 1980 tais justificativas têm sido gradualmente substituídas por alguma explicação ligada à globalização.

Dentro da mesma ideologia, os críticos do entreguismo serão tachados de  partidários de um nacionalismo (provinciano) ou de desenvolvimentismo (populista ou utópico).

 




Bibliografia

LUZ, Nícia Vilela (1961) A luta pela industrialização do Brasil Alfa-Omega, São Paulo



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