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localização  versão preliminar
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Versão preliminar 6.8.18
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.proudção de espaço.| infraestrutura.|.mercado e Estado.|.mercadoria.|.especulação imobiliária.|.uso do solo.|.planejamento.|.periferia urbana



localizacao/ cd, 6.8.18

 

**Espaço em matemática - O plano cartesiano é o próprio modelo do espaço do mercado unificado de uma sociedade capitalista. Um espaço é definido por uma métrica, que é uma representação  de como se desloca entre dois pontos. Para as métricas ilustradas, os contornos em linha grossa representam pontos equidistantes (‘bolas’) dos respectivos ‘centros’ -- pontos C. Ainda que isso não seja seu objetivo principal, os exemplos correspondem de fato a estruras espaciais concretas bastante comuns: a malha ortogonal quadrada; a mesma  exceto que se move mais facilmente (digamos, mais rápido) em uma das dirações; um plano isótropo sobre a qual se move livremente em todas as direções (como no mar, no ar, ou no deserto); e o mesmo sobre um plano inclinado segundo o eixo Ox. 
localização

Os conceitos de espaço e de localização (locus) derivam da prática social de produção e reprodução no contexto da divisão social do trabalho. Toda sociedade precisa de um território para viver; com a divisão social do trabalho esse território é estruturado em espaço.   Atividades, isto é, processos de produção e reprodução --que do ponto de vista da organização espacial constituem o uso do solo--, requerem uma localização, e entre essas localizações se estabelece uma interconexão de acordo com a interação entre aquelas atividades. Tal interconexão é o próprio estofo, matéria constituinte do espaço e define como o espaço está estruturado.

A mais simples –a mais abstrata– representação do espaço é o espaço matemático. Em matemática o espaço é definido pelo modo segundo o qual as distâncias entre pontos são medidas: uma métrica. Em outros termos, espaço é formado por pontos –localizações adimensionais– relacionados entre si de uma maneira específica, descrita pela métrica que o define. Localização e espaço são definidas simultaneamente, a matéria constitutiva do espaço sendo o conjunto de relações entre as localizações nele contidas, e a especificidade do espaço consistindo na maneira específica pela qual as localizações são relacionadas entre si.

No mundo concreto em que as sociedades vivem, tanto as localizações como as relações entre as mesmas –que constituem o espaço econômico– precisam se materializar, e para tanto, precisam ser produzidas. As localizações, de ‘pontos’, se transformam em extensões finitas, delimitadas, de território, cuja expressão elementar é a forma jurídica de propriedade (ou, anteriormente, direito feudal)  –uma porção de terra, uma área construída (fábrica, habitação, escritório etc)– materializada em uma superestrutura assentada sobre, abaixo ou acima da superfície terrestre.1  Do mesmo modo, as relações que constituem o espaço econômico são caminhos, estradas, fios, cabos, tubulações, antenas, satélites etc, pelos quais objetos materiais e pessoas podem ser transportados de localização a localização. São estruturas físicas –em seu conjunto uma infraestrutura– e devem ser construídas para existirem. Somente assim a distância entre duas localizações (em comprimento, em tempo, em custo monetário), a estrutura do espaço e em última análise, o prório espaço, se materializa. O espaço econômico é um produto do trabalho.

  Loclizações não podem ser produzidas diretamente, sequer individualmente, ainda menos enquanto mercadorias.

  Espaço é produzido; localizações resultam.

  Estado e mercado regulam uso das localizações -- uso do solo -- mediante planejamento  e preço da localização (geralmente, solo).




* Texto baseado em Deák (2001). pp.85-7.
1 Notar que a forma mais simples de localização, uma porção de terra, já é um produto social materializado –mesmo se não considerarmos a cerca a seu redor– num título legal escrito, a concreção do qual os pequenos proprietários (freeholders) da Inglaterra do século 17 sentiram duramente na pele, após a abolição do direito feudal pela instituição do direito burguês à terra – a saber, a propriedade privada (Hill,1967:147).


Bibliografia
 

Deák, Csaba (1985) Rent theory and the price of urban land/ Spatial organization in a capitalist economy PhD Thesis, Cambridge, Chap.4, pp. 85-7.

Deák, Csaba (2001) À busca das categorias da produção do espaço Tese de LD, FAUUSP, São Paulo, Cap.5.

cd, 6.8.18


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