O
uso do solo é uma
combinação de um tipo de uso
(atividade) e de um tipo de assentamento
(edificação).
O uso do solo assim admite
uma variedade tão grande quanto as
atividades da própria sociedade. Se
categorias de uso do solo são
criadas, é principalmente com a
finalidade de classificação
das atividades e tipos de assentamento para
efeito de sua regulação e
controle através de leis de
zoneamento, ou leis de uso do
solo.
A regulação do
uso do solo é uma instância da
produção do espaço na
dialética do Estado e do mercado. As
localizações resultantes da
produção do espaço
são colocados no mercado para seu uso
ser definido através da
competição entre as atividades
individuais --da qual resulta o preço
das localizações-- sujeita
à regulação do Estado
por instrumentos de planejamento
entre os quais as leis do uso do solo.
As leis de uso do solo
são essencialmente empíricas e
variam segundo a sociedade e o estágio
de desenvolvimento, e visam evitar os
piores efeitos da anarquia do mercado.
Juntamente com a construção de
infraestruturas,
constituem os principais meios de
intervenção do Estado na
organização espacial mediante
o planejamento urbano.
Assim, o nível de
detalhamento das categorias que a lei
distingue depende da intensidade da
intervenção do Estado, sendo
maior no auge do estágio
intensivo com sua socialdemocracia e
Estado de bem-estar, e menor no ocaso desse
estágio e sua reação neoliberal.
Na sociedade de elite e seu
'padrão de
urbanização', a
regulação do uso do solo
é exercida sobre um
porção restrita do
espaço da aglomeração
urbana, dizendo-se que as
porções remanescentes
constituem assentamentos 'informais' --na
verdade, ilegais.
Obsolescência
e transformação do uso
do solo
O valor de uso de uma
localização se altera
constantemente com a
transformação do espaço
urbano: o uso do solo é
constantemente sujeito à
obsolescência de seu capital
fixo. O processo de
obsolescência comanda o processo de
transformação do uso do solo,
do mesmo modo que comanda a
substituição da técnica
de produção,
materializada no capital fixo de um processo
de produção qualquer.
Referências
DEÁK, Csaba (1985) Rent theory and the price of
urban land/ Spatial organization in a
capitalist economy
PhD Thesis, Cambridge, especialmente
Capítulos 4: "Location and space"* e 7: "Anatomy
of the transformation of land use".
*
Versão em português: Deák,
Csaba (2001) À busca das categorias da
produção do espaço Cap.5:
"Localização
e
espaço: valor de uso e valor".