
Apresentação
Nômades nas
estepes
A conquista: nos Cárpatos
A época das expedições
Consolidação: o território
A monarquia
feudal
Economia européia
A consolidação do Estado
O apogeu do feudalismo
A Bula de Ouro (1222)
O ocaso do feudalismo
A invasão dos tártaros
Os últimos Árpádinos
[1301]
Os reis Anjou
[1308-1382]
Os turcos e
Hunyadi [1430]
O rei eleito: Mátyás
Nasce o novo mundo
Epílogo: HISTÓRIA II: Dos
descobrimentos até hoje
Criado
2005.7.21
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PEQUENA HISTÓRIA DA
HUNGRIA I.
Da fundação à alta
Idade Média
(Até 1500)
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A Bula de Ouro
Desde que Kálmán conquistou a Croácia e a Dalmácia
(1097), nos três séculos seguintes a costa Dalmática trocava continuamente de soberano. Era o suficiente para Veneza, que não necessitava da costa a não ser para impedir que sob soberania húngara ali surgissem portos rivais que ameaçassem seu monopólio do comércio da região – e por essa razão mesma era insufuciente para a Hungria tirar pleno proveito através do estabelecimento de rotas comerciais por seu território baseadas em portos dalmacianos.
A acirrada rivalidade da Hungria com Veneza deu origem a um episódio curioso e que exemplifica a intricada política européia da época. O octagenário Doge Dandolo desvia (1202) os cruzados –da famosa Quarta Cruzada– de Jerusalém para reconquistar a cidade dalmaciana de Zara à católica Hungria. O método é extorsão: exige pagamento adiantado aos cruzados que ainda iam saquear Jerusalém para depois pagar o frete de seu transporte via marítima de Veneza à ‘Terra Santa’. Mesmo totalmente sem dinheiro e meio sem muita escolha, ainda assim hesitaram diante do preço: o Doge abdicava do pagamento antecipado e mesmo posterior, se os cruzados conquistassem a
principal cidade dalmaciana, Zara, para Veneza. Afinal eles eram cruzados indo reconquistar a ‘Terra Santa’ e a Hungria, – László, o esteio do Papado contra o Imperador meio século antes, havia sido recém‑canonizado– era visto como o baluarte, senão do cristianismo, certamente do Papado – não tanto frente a turcos, árabes e bizantinos a leste, senão contra o Sacro Império Romano a Norte. Após meses de hesitação, os cruzados finalmente cederam. Como coroamento de sua gloriosa tarefa, fizeram ainda mais: quando finalmente embarcaram, por instigação ainda do Doge, que os convenceu que Bizâncio daria muito mais botim do que o saque de Jerusalém (dado que ele tinha com o Sultão Saladin um trato secreto de não‑agressão, que lhe valia mão livre na navegação e comércio no Mediterrâneo oriental), foram para a conquista de ... Constantinopla! Dois e meio séculos antes de sua ‘queda’ aos turcos otomanos, Constantinopla ‘caiu’ aos cruzados (1204).
A perda das cidades adriáticas não era nada em comparação ao enfraquecimento do poder central durante o longo reino de Endre II (1205-35). O baronato –a ‘grande’ nobreza– ia
adquirindo terras e privilégios, culminando com a carta Bula de Ouro de 1222 em que o rei cede e
formalmente atribui direitos à nobreza tanto frente ao próprio monarca quanto frente aos servos. Tal movimento era normal em todas as regiões da Europa, mas mais a Oeste era o mesmo contrabalançado, ou simplesmente acompanhado, da paulatina formação de burgos e cidades com uma correspondente população à margem das classes feudais: os burgueses que lidavam com artesanato (manufatura) e comércio. Sobre essas classes é que mais tarde o monarca se apoiaria contra sua nobreza insubmissa, combinação que, séculos mais tarde, formaria a base das modernas nações‑Estado.
Europa,
séc. XII. Mapa:
MEP.
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A Bula (Selo)
de Ouro de II. Endre. HSz
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