Apresentação
Nômades nas estepes
A conquista: nos Cárpatos
A época das expedições
Consolidação: o território
A monarquia feudal
Economia européia 
A consolidação do Estado 
O apogeu do feudalismo 
A Bula de Ouro (1222) 
O ocaso do feudalismo
A invasão dos tártaros
Os últimos Árpádinos [1301]
Os reis Anjou [1308-1382]
Os turcos e Hunyadi [1430]
O rei eleito: Mátyás 
Nasce um novo mundo 
Epílogo: HISTÓRIA II: Dos
    descobrimentos até hoje

Criado 2005.7.21

PEQUENA HISTÓRIA DA HUNGRIA I.
Da fundação à alta Idade Média
(Até 1500)






O rei eleito: Mátyás
Mátyás (1458-90)
 
Página de um 'Corvina'Matthias Corvinus (1458-90) Eleito Rei da Hungria (1458) e de Boê­mia (1469). Conquistou a Morávia, Silésia e Lusácia em 1478, Viena em 1485, e construiu o mais poderoso reino da Europa Central. Ele era tam­bém um patrono da ciência e da literatura.
The Times Atlas of  World History     

A morte de Hunyadi reacendeu as rivalidades entre os magnatas e o filho maior de Hunyadi foi decapitado pelo rei fantoche László V. por instigação da facção rival para prevenir sua ascensão ao trono com base no imenso prestígio de seu pai; seu ir­mão menor de quinze anos, Mátyás, foi encarcerado em Praga. László V. morreu no ano seguinte sem herdeiro e Mátyás acabou sendo eleito pelo parla­mento com base em um acordo entre os grandes nobres e apoio entusiástico da pequena no­breza. Mátyás revelou imediata­men­te seus talentos e consolidou seu poder inter­na­mente no primeiro ano, neutralizou uma inva­são tcheca (aliada à facção rival), e fez um acor­do tem­porá­rio com o imperador germânico a tempo de poder en­trar em campnha contra os turcos que renovaram suas ativi­dades nos Bal­cãs e re­to­mou Jajca[1] (1463), o capital­‑for­te da Bósnia. Com a consolidação da frente turca, vol­tou­‑se de novo a Oeste. Como uma maneira de defesa con­tra as constantes tentativas de interferência do rei Po­diebrad da Boêmia e Friedrich (Habs­burg), impe­ra­dor germânico, adotou uma solu­ção radical: embarcou na conquista de seus do­mí­nios prin­ci­pais. Ao primeiro, que chegou a promover uma invasão tcheco‑polonesa com um pretendente polonês ao trono, tomou Morávia, Silézia e Lusácia (1474), consolidados no tratado de Olmütz (1479). Ao segundo tomou as fai­xas fronteiriças e a capital Viena, antes da assi­natura de um tratado de paz (1485), em que o im­perador reconheceu também sua tutela sobre o Episcopado de Salzburg, reivindicada por este como forma de preservar sua independência em relação ao império (sacro império romano).












Formação 'escorpião' típica do exército profissional de Mátyás.


Exemplos de páginas das Corvinas. OSzK

As campanhas quase‑constantes de Mátyás não chega­ram a interferir na vida interna do país, uma vez que ocor­riam além das fronteiras e eram exe­cutadas por um exér­cito permanente e profissional que Mátyás montou logo no começo de seu reinado e cujo custo era coberto com fol­ga pelas rendas do Estado decorrentes dos mo­no­pólios reais de comércio e de mineração, ad­ministrados com a eficiência de um poder cen­tralizado forte. Pelo con­trário, asseguraram um período de prosperidade co­mo não se conhecia desde Béla III. A riqueza se refletia também na construção das cidades, monumentos, pin­tu­ra e artes; e a corte de Mátyás a Buda teve um brilho em que predominava a coloração italiana re­forçada por seu casamento com Beatrice (Esté) de Nápoles, sendo um de seus orgulhos uma das mais extensas bibliotecas em codex (manuscri­to) da época[2].




Mátyás foi, de
certo modo, o último monarca renascen­tis­ta. Mereceu o epiteto ‘Justopor seu salvaguarda da ordem interna e os limites im­pos­tos às arbitrariedades dos magnatas tanto em relação aos servosseu reino foi o último em que a liberdade de ir e vir dos servos ficou assegurada– quanto à própria peque­na nobreza. Dois anos após sua morte (sem deixar herdeiro) Colombo che­gou à América, a Bíblia impressa por Gutenberg es­tava provocando uma revolu­ção, o casamento de Isabe­la e Ferdinando deu fundação ao Império Espanhol, e após a conclu­são da Guerra das Rosas (1485), Henry Tu­dor (Henry VII.) estava construin­do uma nova Inglaterrra. Um no­vo mundo es­tava em gestação cujo centro não seria o Mediterrâ­neo.


[1] Pronunciado Yaï’tsa.

[2] Mátyás é citado em primeiro lugar entre os colecionadores de livros da época, seguido do Rei de Nápoles e dos Duques de Ferrara –cada um dos quais tinha seu próprio scriptório– e que eram pioneiros em introduzir o novo tipo de caractere ro­mano contra o medieval gótico.

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