Apresentação
Nômades nas estepes
A conquista: nos Cárpatos
A época das expedições
Consolidação: o território
A monarquia feudal
Economia européia 
A consolidação do Estado
O apogeu do feudalismo
A Bula de Ouro (1222)
O ocaso do feudalismo
A invasão dos tártaros
Os últimos Árpádinos [1301]
Os reis Anjou [1308-1382]
Os turcos e Hunyadi [1430]
O rei eleito: Mátyás
Nasce um novo mundo 
Epílogo: HISTÓRIA II: Dos
  descobrimentos até hoje

Criado 2005.7.21

PEQUENA HISTÓRIA DA HUNGRIA I.
Da fundação à alta Idade Média
(Até 1500)


Os últimos Árpádinos


Durante
o reino do sim­plório neto de Béla e último descendente masculino da casa de Árpád, László IV (‘O Kuno’, assim alcunhado por seu retorno a hábitos nômades e afinidade com os kunos recém­‑assentados no país, 1272-90), o processo de enfraquecimento do poder central se exa­cerba ainda mais.

Um episódio cheio de ironia da sorte é a ajuda prestada por László a Rudolf Habsburg, um obscuro conde alemão da Áus­tria contra o agressivo rei da Boêmia, Otokar que uniu breve­mente sob seu reino, por casamento e conquista, todos os con­dados germânicos do leste (“austríacos”) até o Adriático. É ver­dade que entre em campo contra Otokar também em defesa própria, quando este, cuja influência se estendia também ao Norte até o Báltico, onde interveio em favor dos Cavaleiros Teutônicos contra os eslavos em uma ação que resultou, inclu­sive, na fundação de Königsberg, desafiou o próprio trono de László com base em seu casamento com uma neta de Béla IV. Mais, tentou ser eleito ao trono germânico, mas os eleitores preferiram eleger Rudolf, justamente por ser insignificante e as­sim não teria chance de aspirar ao poder imperial de fato. Es­te foi o fim da carreira de Otokar: László atendeu a chamada de Rudolf contra o rei tcheco e aniquilaram o exército deste que morreu na batalha. László  voltou para seu país sem rei­vindicar nada dos territórios conquistados, dos quais os domí­nios austríacos Rudolf simplesmente incorporou a título pes­soal, tornando‑se assim, de um golpe, um magnata de pri­meira grandeza e fundador da dinastia Habsburg, cuja história culminaria com Carlos V e  que se extinguiria com a disso­lu­ção do Império Áustro‑Húnga­ro seis séculos mais tarde.

Além do surgimento de todo-poderosos ‘pequenos-reis’ locaisera a época dos barões-assaltantes presentes em toda a Europa--, uma tendência ainda mais perigosa a longo prazo nascia nessa época: uma paulatina formação de três 'partidos' em meio à alta nobreza: os ‘orientaiscom László à frente, os germanófilos a oeste e um núcleo de nacionalistas em torno da velha nobreza tanto húngara como indígena. Uma tendência com a qual em condições históricas não-desfavoráveis ou com a presença de um monarca enérgico e dotado daria para conviver, mas que na ausência de ambas as condições poderia tornar-se crítica.

À morte de László que não deixou herdeiro, ascendeu ao trono Endre, neto de Endre II (da Bula de Ouro) por parte de um filho pós­tu­mo daquele sobre o qual pesava a suspeita –e a acusa­ção, por parte de Béla IV– de ser bastardo, e que vivia proscrito em Veneza. Na falta de pretendente mais credenciado este título era suficiente e Endre III assumiu o trono sem muita contestação. Ele rechaçou um ataque de Ru­dolf Habsburg –o mes­mo que László havia ajudado con­tra Otokar– que rei­vindicou a coroa húngara para seu fi­lho. Sua maior dificuldade era a herança do poder real frag­mentado e durante seu curto reinado sua habilidade, de resto, considerável, foi insuficente para consoli­dar sua linhagem no tronoainda mais que morreu sem dei­xar herdeiro varão. A casa de Árpád estava definitiva­men­te extinta (1301).

Os oligarcas na Hungria, ao fim do reinado do último descendente de Árpád, III. Endre. As linhas demarcatórias dos territórios não representam fronteiras, ou divisas, apenas assinalam a posição e a extensão de suas áreas de influência. Mapa: HSz.

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